Marijane deixa a coordenação do comitê técnico regional da Amesne
Ao longo dos anos 2020 e 2021, o nome de Marijane Paese esteve associado à defesa regional da retomada econômica da Serra, ao lado da contínua promoção da vida. Agora, depois de dois anos auxiliando a Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne) nesse propósito, a atual presidente do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG) entrega seu cargo no Comitê Técnico Regional da Serra.
A própria indicação à presidência do CIC-BG, entidade que ela passou a comandar neste ano, tem ligação relacionada à relevância de seu trabalho desempenhado durante os momentos mais tensos da pandemia. A sua recente indicação ao Prêmio Somos.RS – Destaques do Turismo, na categoria Líder pela Retomada, também. Retomada, aliás, foi a palavra que norteou as ações de Marijane durante os dois anos de trabalho voluntário para a Amesne. Sua formação profissional em Matemática, combinada à especialização em Estatística, permitiu analisar os dados da pandemia na região de forma técnica. A leitura do comportamento do vírus, correlacionada ao número de leitos na Serra e a outros parâmetros, como o número de hospitalizações e de pacientes internados em UTIs, fomentou a redação dos recursos interpostos pela entidade ao Estado.
Com eles, foi possível convencer o governo de que a Serra, em muitos casos, não precisava ser classificada em bandeiras que previam restrições pesadas às atividades econômicas. Por sete vezes, esse trabalho fez com que o Estado alterasse a classificação inicial, permitindo que a Serra adotasse protocolos mais brandos. Isso possibilitou a estabelecimentos de toda ordem operarem seus negócios com menores intervenções.
“Foi um trabalho árduo e constante, mas que trouxe resultados. Sempre buscamos o equilíbrio nas nossas ações, pautando as decisões em cima de critérios científicos que nos davam a segurança para manifestar posição contrária à do governo em muitas situações. Sinto-me honrada em poder colaborar com nossa região e ajudar a manter a economia aberta, salvando empregos e mantendo a renda pessoal, e contribuindo com protocolos para a preservação da vida”, diz Marijane.
A despedida dela da Amesne ocorre em meio a outra conquista. Seu trabalho auxiliou na argumentação que orientou a desobrigatoriedade do uso de máscaras em locais fechados nos municípios abrangidos pela entidade, diante da queda da contaminação e da mortalidade pelo vírus e da ocupação hospitalar. Embora a deliberação seja de prerrogativa de cada cidade, a indicação da Amesne trouxe evidência científica para basear a tomada de decisão da maioria delas – no caso, para a flexibilização de seu uso, o que havia ocorrido em mais de 10 municípios até o dia 21 de março.
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