Idoso é resgatado de situação análoga ao trabalho escravo no RS

Um idoso de 64 anos, que era mantido em situação análoga ao trabalho escravo, foi resgatado durante operação integrada, na tarde desta quarta-feira (20), em Quaraí, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. A ação foi desencadeada por agentes da Polícia Civil, do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Superintendência Regional do Trabalho no RS.

As autoridades tomaram conhecimento do caso após o homem ter sido internado no início do mês com dores na coluna e outras complicações de saúde. A vítima relatou sua condição de trabalho para uma psicóloga. Segundo o idoso, ele prestava serviços há cerca de três anos em uma granja sem receber salário, alimentação suficiente e local digno para hospedagem, alegando que muitas vezes chegou a dormir ao relento. Entre as atividades que o homem era responsável estavam a ordenha de vacas, o corte de lenha, trato do gado e a manutenção de parreiras.

O trabalhador contou também que era constantemente humilhado, além de ser alvo de ofensas racistas. Durante o relato, a vítima afirmou que vivia em um galpão precário construído com tábuas e folhas de zinco e piso de terra batida. O espaço foi localizado e os agentes comprovaram as condições precárias. O ambiente era mantido como depósito de materiais, rações para animais e agrotóxicos para a lavoura. No ambiente também havia galinhas, além de ser constantemente infestado por ratos e pulgas, tornando a hospedagem totalmente incompatível com a dignidade humana.

O idoso foi encaminhado à assistência social do município para que providencie condições dignas de hospedagem após a alta hospitalar e receberá seguro-desemprego em razão do ocorrido. Os documentos do homem teriam sido retidos pelo proprietário da fazenda.

O dono da granja foi ouvido pela Polícia Civil e admitiu, em parte, as condições de trabalho e abrigo. Um processo será aberto para apurar o caso. Se condenado, o proprietário pode ser preso e obrigado a pagar as multas e demais despesas da ação. Também serão cobradas verbas rescisórias e indenizações para a vítima.

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Informações Blog do Juares | MTP.

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