Porto Alegre comemora neste sábado os seus 250 anos de fundação

Em meio a uma intensa e variada programação cultural alusiva aos 250 anos da fundação de Porto Alegre, é provável que muitos de seus mais de 1,4 milhão de habitantes desconheçam que data está sendo comemorada oficialmente neste sábado (26). Para entender um pouco essa história, mesmo de forma bem resumida, é preciso recuar no tempo, as informações são do Portal O Sul.

Diferente do que se costuma dizer, essa área situada no cruzamento da latitude 30° com a longitude 51° nas coordenadas geográficas, a 10 metros de altitude, não teve como primeiros habitantes os europeus que aportaram na região em busca de uma nova vida do outro lado do Oceano Atlântico. Por volta de 1500 já havia índios guaranis, charruas, minuanos e tapes. E depois tropeiros que faziam do lugar um ponto de parada antes de seguir viagem.

Foi em 1751-1752 que chegaram pelo Guaíba os supostos 60 casais de imigrantes do arquipélago de Açores na região, enviados pela Monarquia de Portugal, que ainda governaria o Brasil-Colônia à distância (até 1808) e precisava ocupar a região para não perdê-la para a Espanha. Esse grupo, segundo consta, instalou-se no local e passou a viver inicialmente do que plantava

O povoamento, no âmbito do Tratado de Madri, tinha como foco a região das Missões, no Noroeste do atual Estado e que estava sendo entregue ao governo português em troca da Colônia de Sacramento, às margens do Rio da Prata. A demarcação dessas terras demorou e os açorianos acabaram permanecendo no então chamado Porto de Viamão, primeira denominação de Porto Alegre.

Em 24 de julho de 1773, Porto Alegre tornou-se a capital da capitania a partir da instalação oficial do governo de José Marcelino de Figueiredo. Já no século de 1800 passou a receber imigrantes de todo o mundo, em particular alemães, italianos, espanhóis, poloneses, judeus e libaneses. Isso, é claro, sem contar a imensa contribuição dos africanos trazidos à força para o trabalho escravo (e que hoje compõem boa parte da população), bem como asiáticos e outras etnias.

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Esse período seria marcado por um longo conflito de independência do Império lusitano, a chamada Guerra dos Farrapos (1835-1845) – que teve enfrentamentos na própria capital, próximo à atual ponte da Azenha. Com o fim das peleias, a cidade retomou seu desenvolvimento e passou por um processo de reestruturação urbana, embalada principalmente pelo rápido crescimento de atividades portuárias.

“O desenvolvimento foi contínuo ao longo do tempo e a cidade se manteve no centro dos acontecimentos culturais, políticos e sociais do País, inclusive como terra de grandes escritores, intelectuais, artistas, políticos e acontecimentos que marcaram a história do Brasil”, ressalta um texto institucional disponível no site prefeitura.poa.br.

A lista inclui fatos que marcaram profundamente a história do Brasil. Dentre os exemplos mais relevantes está a Revolução de 1930 (que colocou o gaúcho Getúlio Vargas no comando nacional) e o Movimento da Legalidade, encabeçada em 1961 pelo governador Leonel Brizola e que garantiu a posse do presidente João Goulart.

Geografia

A área de Porto Alegre, com seus quase 500 quilômetros-quadrados, é um ponto de encontro de distintos sistemas naturais que imprimem uma geografia diversificada à cidade. Um anel de morros graníticos com 730 milhões de anos emoldura a região de planície onde está o grande centro urbano da cidade, ocupando 65% de seu território.

Tais morros fazem parte de uma plataforma originada de rochas que se fundiram sob pressão e calor intensos no interior da terra e depois emergiram, elevando-se à altura de montanhas. Atualmente desbastadas e fendidas pela erosão de milhões de anos, formam pequenos morros de cume arredondados que dominam a paisagem da capital.

No ponto mais alto está o Morro Santana, com 311 metros de altura, com matas e campos nativos, cachoeiras, banhados, charcos, lagos, córregos e cascatas.

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Essa configuração geológica funcionou como uma espécie de contenção natural para a ocupação do município em direção à Zona Sul, e contribuiu para que Porto Alegre conservasse 30% de seu território como área rural – a segunda maior dentre as capitais brasileiras.

Outra parte do território da Capital, cerca de 44 quilômetros-quadrados, estão distribuídos em 16 ilhas do Lago Guaíba sob jurisdição do município. O lago contorna a cidade numa extensão de 70 km de orla fluvial a expressão geográfica mais marcante da capital gaúcha.

O conjunto de ilhas, parques e de áreas de preservação natural, somado à área rural e ao elevado índice de arborização das vias públicas, ainda fazem de Porto Alegre uma cidade verde (acima do recomendado pela organização Mundial da Saúde), apesar do processo de expansão imobiliária que costuma acossar muitos centros urbanos.

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