MPRS repudia atitude da defesa de Alexandra que ocasionou cancelamento do júri

O julgamento de Alexandra Salete Dougokenski, que começaria nesta segunda-feira, 21 de março, em Planalto, foi cancelado após a defesa abandonar o plenário. Desta forma, o julgamento será remarcado para uma nova data a ser definida. A ré foi denunciada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) por assassinar o filho Rafael Mateus Winques em maio de 2020, quando a vítima tinha 11 anos.
Os advogados de Alexandra deixaram o Tribunal do Júri logo após a juíza que presidia os trabalhos ter negado um pedido para realização de perícia em um áudio. A defesa alega que teve acesso ao material recentemente, porém a mídia está anexada aos autos desde julho de 2020.

A Promotora de Justiça de Planalto, Michele Dumke Kufner, lamentou o abandono dos advogados. “O áudio em questão é irrelevante e está descontextualizado de todas as provas dos autos. É um áudio que existe no processo há muito tempo. A defesa tinha ciência da mídia que contém esse áudio e não pediu nenhuma perícia. Hoje, de forma preparada, veio aqui para fazer um teatro e jogar por terra um trabalho que vem sendo realizado há mais de ano. Todos os atores do processo estão realmente envolvidos em buscar Justiça. O Tribunal de Justiça, inclusive, montou toda essa estrutura, teve um gasto gigantesco e agora está tendo que desmontar tudo, infelizmente, sem a conclusão do julgamento”, comentou. Também estão designados para este júri os promotores de Justiça Diogo Gomes Taborda e Marcelo Tubino Vieira.

O subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Júlio César de Melo, esteve em Planalto para prestar apoio institucional aos três promotores e se manifestou após o cancelamento. “Infelizmente, por uma manobra da defesa, esse trabalho de plenário não pode ser executado. Mas o Ministério Público se mantém firme e convicto de que a ré precisa ser condenada. O MPRS está pronto para atuar tão logo a nova data seja designada”, comentou. Júlio Melo ressaltou, ainda, que o MP se solidariza com a comunidade de Planalto: “Sabemos da dor dessas pessoas pela perda do menino Rafael, mas temos certeza de que, com a designação desse novo julgamento, a Justiça será feita”, pontuou.

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Na mesma linha, o promotor de Justiça Marcelo Tubino Vieira lembrou que todos os envolvidos compareceram ao local do julgamento para fazer cada um a sua parte, classificando a atitude da defesa como desrespeito à sociedade. “Todos trabalhamos até agora, e a defesa simplesmente abandona o plenário, certamente por medo e receio do resultado que viria. Tudo marcado, organizado. Essa é mais uma manobra defensiva para procrastinar uma decisão judicial. Nós estamos perplexos. A comunidade está perplexa, pois quer uma resposta para essa crueldade. O Rafael precisa descansar”, finalizou.

Próximos passos

De acordo com promotor Diogo Gomes Taborda, a ré será agora intimada pela juíza para dizer se continua com os mesmos advogados ou não e que, só depois disso, poderá ser marcada nova data: “O Ministério Público espera que esse julgamento ocorra o mais rápido possível, para que seja estabelecida justiça nesse caso bárbaro que vitimou uma criança inocente”, disse.

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