Massas de ar frio vão ficar cada vez mais frequentes a partir de agora

Massas de ar frio vão ficar cada vez mais frequentes a partir de agora. O pulso de ar frio que ingressou no Rio Grande do Sul durante a sexta-feira trouxe ontem mínimas nas estações do Instituto Nacional de Meteorologia de até 10ºC na fronteira com o Uruguai e as menores máximas até agora ano em Porto Alegre e região metropolitana com apenas 23,6ºC na Capital, as informações são da Metsul Meteorologia.

Hoje, as mínimas seguiram baixas no Sul gaúcho pelo tempo mais aberto e a atmosfera seca na região, o que trouxe temperatura no começo deste domingo nas estações do Inmet de 12,2ºC em Bagé; 12,6ºC em Livramento e Jaguarão; 12,7ºC em Canguçu; e 13,7ºC em Caçapava do Sul e Capão do Leão.

Na maioria das demais regiões, os efeitos do ar frio se fazem sentir mais nas máximas que serão baixas por conta da grande quantidade de nuvens e o tempo instável. No final da manhã deste domingo, a temperatura era de apenas 13ºC em São José dos Ausentes, nos Campos de Cima da Serra, e de 19ºC em Campo Bom, na Grande Porto Alegre. O Aeroporto Salgado Filho, da Capital, tinha céu encoberto e apenas 20ºC.

Massas de ar frio que ingressam nesta época do ano em sua grande maioria não são de forte intensidade, afinal não é comum que incursões frias sejam potentes ainda sob o verão astronômico. Por isso, os dias não chegam a ser frios como no inverno. Março sequer chegou a sua metade e o verão só acaba oficialmente pelo critério astronômico em 20 de março. No fim de março, às vezes, e mais comumente em abril costumam ingressar massas de ar frio de maior potência.

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NOVA MASSA DE AR FRIO NO PRÓXIMO FIM DE SEMANA

Modelos numéricos projetam que uma nova massa de ar frio vai avançar pela Argentina e chegar às latitudes médias da América do Sul no próximo fim de semana, mas no decorrer da semana a temperatura estará em gradativa elevação, embora não haja expectativa de forte calor na maioria das regiões.

A nova incursão de ar frio do fim de semana que vem novamente não deve ser de forte intensidade e, como é habitual nesta época do ano, a influência do ar frio se dá por curto período e logo volta a aquecer. Os dados de hoje sinalizam a possibilidade de marcas abaixo de 10ºC na Campanha e no Sul gaúcho no próximo domingo.

TEMPERATURA ABAIXO DA MÉDIA NAS PRÓXIMAS SEMANAS

A tendência é de temperatura predominantemente abaixo ou próxima dos padrões históricos nas próximas semanas com a maior frequência de ingressos de massa de ar frio. Isso vai fazer com que a maioria dos dias seja de temperatura agradável ou amena, embora se preveja que alguns tenha calor que é ainda normal em março.

Os mapas acima mostram as projeções de anomalia de temperatura semanais do modelo meteorológico europeu para o período entre 14 de março e 10 de abril. Observa-se que, no caso do Rio Grande do Sul, a perspectiva é de predomínio de dias de temperatura próxima ou abaixo da média. No Sudeste do Brasil, ao contrário, a tendência é de temperatura acima da média no período.

INFLUÊNCIA DA LA NIÑA NO FRIO

O fenômeno La Niña segue atuando no Oceano Pacífico Equatorial, o que favorece uma maior frequência de ingressos de massa de ar frio durante o outono e a chegada do inverno mais cedo. Deve ser o segundo outono seguido com La Niña no terceiro ano consecutivo com a atuação do fenômeno, o que na história recente somente ocorreu em 1998-2001, 2007-2009, 2010-2012 e agora 2020-2022.

Conforme o último boletim semanal da NOAA, a agência climática do governo dos Estados Unidos, a anomalia da temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Central estava em -1,1ºC contra -0,8ºC e -0,6ºC, respectivamente, nas duas semanas anteriores. Assim, o resfriamento está na faixa considerada de moderada intensidade (-1,0ºC a -1,4ºC). Esta é a região usada para se definir a atuação de El Niño ou La Niña e sua força. No pico de intensidade no evento em curso, a anomalia chegou aos mesmos -1,1ºC.

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Já a anomalia medida no Pacífico Equatorial Leste, a chamada região Niño 1+2, foi de -1,3ºC contra -1,5ºC e -1,7ºC, respectivamente, nas duas semanas anteriores. É anomalia considerada dentro da faixa de intensidade moderada (-1,0ºC a -1,4ºC). O menor resfriamento resultou, dentre outros fatores, do ingresso de águas mais quentes a partir do Golfo do Panamá. Esta região mais a Leste do Pacífico, em várias análises de correlação, mostrou ter grande impacto na chuva do Rio Grande do Sul.

A NOAA projeta 77% de probabilidade de o fenômeno seguir no outono (março a maio), seguindo-se a transição para neutralidade (56% de probabilidade de maio a julho). Com isso, muitas cidades devem se ressentir de chuva mais abundante até a próxima estação e as consequências da estiagem ainda serão sentidas por longo período.

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