Defasagem nos preços de gasolina e diesel chega a 25%, maior patamar já registrado no País
A disparada na cotação do petróleo no mercado internacional após a invasão da Rússia pela Ucrânia deve levar a um novo aumento do preço de combustíveis no Brasil.
De acordo com cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem entre o valor da gasolina e do diesel no País e o cobrado lá fora chegou a 25%, o maior patamar já registrado. Segundo Sergio Araujo, presidente da Abicom, seria necessário um reajuste de R$ 1,11 no litro do diesel e de R$ 0,87 na gasolina.
“Há uma pressão altíssima com o cenário de guerra. O déficit será maior e haverá pressão para elevar os preços dos combustíveis aqui”, afirmou Araujo.
Para Ilan Arbetman, analista de petróleo e gás da Ativa Investimentos, a queda do dólar em relação ao real, nestes primeiros meses do ano, ajudou a tirar um pouco da pressão por aumento de preço dos combustíveis.
Na gestão do atual presidente, Joaquim Silva e Luna, a empresa tem espaçado mais os aumentos, tentando diferenciar fatores pontuais e conjunturais que afetam os preços, para evitar uma alta muito forte. Mas será difícil dissociar o contexto interno do externo nesse momento e evitar que os aumentos cheguem às bombas.
“Se o aumento do Brent continuar, haverá pressão sobre a Petrobras por reajuste de preços. Os projetos que visam reduzir tributos de forma a aliviar novos aumentos de combustíveis estão parados no Congresso e, num ano eleitoral, a disposição dos agentes políticos para promover mudanças desse tipo fica difusa”, afirma o especialista.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), reincluiu na pauta do plenário da Casa, da próxima semana, os projetos que trazem mecanismos para amenizar a alta do custo dos combustíveis para os consumidores. Em publicação em uma rede social, Pacheco disse que “mais do que nunca” é preciso encontrar uma solução que impeça a alta de preços.
“Na próxima semana, os dois projetos de lei que trazem medidas para controlar a escalada dos preços dos combustíveis estarão na pauta do Senado”, afirmou Pacheco, nesta quarta-feira (2).
Apesar da promessa, a deterioração no mercado de petróleo tem sido muito rápida. E as propostas enfrentam um impasse na Casa, diante do receio de perda de receitas por parte do governo federal e dos Estados.
A equipe econômica não apoia um dos projetos, que prevê a criação de um fundo de estabilização, espécie de colchão para amortecer altas de preços, formado por royalties e participações especiais. Já os estados articulam para segurar a votação de outro projeto, que unifica alíquotas do ICMS, imposto estadual.
Informações O Sul.
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