“As pessoas precisam começar a ter mais cuidado e serem reservadas com relação ao que colocam nas redes sociais”, alerta delegado

Uma troca de mensagens e fotos íntimas pelas redes sociais rendeu um prejuízo de quase R$ 30 mil para um morador de Arroio do Meio. Em registro feito junto a Delegacia de Policia, durante o final de semana, a vítima relatou ter caído no crime conhecido como “golpe dos nudes”. Depois de conversar com uma suposta garota que teria conhecido no Facebook, o cidadão de 27 anos repassou a quantia de R$ 27,9 mil para os golpistas, as informações são da Rádio Independente.

De acordo com o delegado Dinarte Marshall Júnior, titular da Polícia Civil do município, a vítima realizou mais de uma transferência bancária ao autor. Ele inclusive, teve que fazer três empréstimos pra conseguir para o valor que era exigido. “Não se deve, em primeiro lugar, ficar trocando esse tipo de mensagem com pessoas que não se conhece. Ocorrendo esta conversa, a troca de intimidades e um pedido de valor econômico para não divulgar isto, as pessoas precisam perceber que se trata de um golpe. Certamente aquela pessoa com quem ele estava conversando é um criminoso que facilmente pode captar imagens eróticas e sensuais pela internet”, pontua.

Apesar da transferência já ter sido realizada, o delegado explica que ainda é possível recuperar o valor. “Nos casos que a gente tem pego aqui na DP de Arroio do Meio, temos obtido algum êxito na recuperação deste dinheiro. Quando prontamente efetuado o registro policial, nós solicitamos via judicial o bloqueio dos valores nas contas informadas pelo criminoso. As vezes a gente enfrenta alguma dificuldade com as plataformas de pagamento. São aquelas empresas que não são consideradas instituições bancárias, os chamados bancos virtuais. Eles abrem contas e permitem que a pessoas tenham uma plataforma sem se identificar fisicamente”, relata.

Atualmente, os estelionatos representam 30% da carga de trabalho na Delegacia de Arroio do Meio. Desde janeiro de 2021, foram 92 inquéritos instaurados deste tipo de crime. Apenas neste ano já são 23 casos. “Ele é mais difícil de investigar. Além de ter esta questão envolvendo as plataformas de pagamento, os criminosos também não estão próximos da vítima. Em 80% dos casos eles são de fora da região e até mesmo de outros estados. Então demora um pouco mais para fazer oitivas e diligências, pois elas precisam ser remetidas para outras delegacias”, detalha Marshall Júnior.

O delegado afirma ainda que grande parte destes estelionatos partem de golpistas que estão dentro do sistema prisional. “Hoje não é segredo para ninguém que os presos tem acesso massivo de aparelhos celulares, inclusive com internet. Infelizmente a nossa realidade do sistema prisional é esta. Não se tem como bloquear sinais de celular nos presídios. Aí o camarada acha que está conversando com uma menina e na verdade ele está trocando mensagens com um criminoso já condenado”, conta.

Para o responsável pela Polícia Civil de Arroio do Meio, é necessário que as pessoas tenham mais cuidado com o que é publicado em redes sociais. Segundo ele, os jovens tem apresentado uma necessidade de expor a sua vida nestas plataformas. “Só que os criminosos também fazem está pesquisa lá. Eles buscam por pessoas que expõem toda sua vida e sua rotina do dia. Elas precisam começar a ter mais cuidado e serem reservadas com relação ao que colocam nas redes sociais. Tem gente que divulga imagem do veículo e da casa, revelando todos os pontos fracos do imóvel. Muitas vezes isso é utilizado até para cometer crimes patrimoniais”, alerta.

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