A pedido do MPRS, policiais, advogado e vigilante são presos por formação de milícia em Rio Grande

A pedido do Ministério Público em Rio Grande, um policial civil, um policial militar, um advogado e um vigilante foram presos preventivamente nesta quarta-feira, dia 23 de março. Eles e outros três comparsas integravam milícia com finalidade de praticar roubo, constrangimento ilegal, falsa identidade, corrupção de testemunhas, exercício arbitrário das próprias razões, violação de domicílio, posse e porte ilegal de arma de fogo.

Conforme o promotor de Justiça Marcelo Nahuys Thormann, o grupo estava associado, de forma estável e permanente, para realizar “patrulhas noturnas” e “operações”, sob o pretexto de garantir a segurança da cidade de Rio Grande. “Eles se apresentavam falsamente, individualmente ou em conjunto, como se todos fossem policiais, e efetuavam abordagens em via pública. Também agrediam populares que consideravam suspeitos de ter envolvimento criminoso, além de invadirem residências em busca de armas e drogas. Inclusive, subtraíam, mediante violência, grave ameaça e restrição da liberdade, pertences dos moradores, exercendo pretensa atividade de segurança pública paralela”, explicou o promotor.

As provas reunidas demonstram ainda que, durante a realização das denominadas “operações”, o grupo criminoso se utilizava de armas de fogo e de diversos acessórios, inclusive com a insígnia da Polícia Civil. Por ocasião do cumprimento de mandados de busca e apreensão nas residências de alguns dos denunciados, foi apreendida parte desse material.

Um dos exemplos destes crimes ocorreu na madrugada de 1º de dezembro de 2021, no bairro Querência. Armado e utilizando toucas-ninja, lanternas e coletes balísticos, sendo um deles com o símbolo da Polícia Civil, parte do grupo deu socos e chutes em um homem. Depois, algemou a vítima e subtraiu um revólver cromado, calibre 38.

Os mandados de prisões e de busca e apreensão foram cumpridos pelas respectivas corporações policiais. No caso, Corregedoria Regional da Brigada Militar em Pelotas, e Corregedoria da Polícia Civil. “Isso mostra que, de forma alguma, as instituições estão sob suspeita. O MP quer responsabilizar os policiais que apresentaram desvio de conduta. Esses agentes tiveram atitudes que fogem completamente do padrão e da normalidade da atividade. Tanto é assim, que as próprias corporações policiais contribuíram para a identificação dos delitos e possibilitaram a identificação das pessoas que participaram desses desvios, que acarretaram no pedido de prisão e na denúncia”, finalizou Thormann.

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