Rio Grande do Sul identifica 20 casos confirmados e sugestivos para variante ômicron
O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) já identificou 20 casos de Covid-19 associados à variante ômicron. Desses, um foi confirmado por sequenciamento genômico completo e os demais são chamados de sugestivos, quando a identificação é parcial.
Em todos os casos verificados até agora as pessoas apresentaram sintomas leves e não precisaram de hospitalização. Eles aconteceram em residentes ou visitantes de Porto Alegre (15 casos), Canoas (quatro casos) e Santa Cruz do Sul. Em, pelo menos, três casos a pessoa não tinha histórico de viagem ao exterior nem contato recente com quem tenha vindo de outro País. Caso algum desses sem viagem ou contato com quem viajou venha a ser confirmado pelo sequenciamento genômico completo, fica caracterizada transmissão comunitária, quando se considera que o vírus já circula dentro do Estado.
Dos 20 casos identificados, um foi confirmado por esse método de sequenciamento completo, que faz a leitura de todo o material genético do vírus e, assim, identifica com maior precisão a variante correspondente. Pelos critérios do Ministério da Saúde, somente com a detecção por esse tipo de análise é possível confirmar um caso.
Porém, outras técnicas laboratoriais e clínicas também podem indicar que a infecção é sugestiva ou provável de uma linhagem específica. No RS, 11 casos tiveram esse diagnóstico por meio de um exame de RT-PCR de inferência. Esse exame é capaz de reconhecer partes específicas do vírus do SARS-CoV-2 que são diferentes de uma variante para a outra. Dentro do possível, todas as amostras com essa detecção passam posteriormente pelo exame do sequenciamento completo, embora esse segundo teste possa ser prejudicado pela qualidade do restante de amostra e nem sempre é possível uma nova coleta do paciente, visto que a carga viral já pode ter diminuído na pessoa.
Esses são exames que permitem uma maior rapidez até o resultado indicativo, embora menos específicos, já que o sequenciamento completo é mais demorado. Isso permite que as ações desencadeadas pelas vigilâncias do Estado e dos municípios ajam de forma mais oportuna na identificação dessas cadeias de transmissão, isolamento das pessoas e rastreio de contatos.
Outros oito casos foram classificados como sugestivos por serem pessoas com sintomas gripais e que tiveram contato com algum outro caso já identificado. São situações em que é realizada a coleta de amostras dessas pessoas, embora haja a possibilidade de os exames laboratoriais não detectarem a presença do vírus caso a carga viral esteja muito baixa.
A nova linhagem do coronavírus é apontada como a responsável pelo súbito aumento de casos de Covid em países da Europa e na África do Sul. Por isso, a Secretaria da Saúde (SES) mantém a necessidade de reforço das recomendações de prevenção: vacinação, uso de máscaras, higienização das mãos e distanciamento interpessoal.
Redução no prazo para dose de reforço
Uma das medidas para aumentar a proteção à ômicron foi a redução no intervalo para a dose de reforço da vacina contra a Covid-19 de cinco para quatro meses, segundo a SES. A nova dose poderá ser aplicada em qualquer pessoa maior de 18 anos que tenha recebido as duas doses, respeitando o prazo mínimo dos quatro meses após a segunda aplicação. Além disso, a SES reforça a importância de se completar o ciclo vacinal, visto que muitas pessoas tomaram apenas a primeira dose e ainda não retornaram aos postos de vacinação.
Da mesma forma, devem permanecer as medidas preventivas: o distanciamento social, a frequente higienização das mãos, o uso correto de máscaras, a ventilação natural de ambientes e o isolamento de casos suspeitos e confirmados e seus contatos.