Nos últimos dois anos, em função da pandemia, o comércio local sofreu grandes prejuízos em suas atividades, em função da paralisação dos atendimentos a partir dos decretos ao longo do período de calamidade. Em 2021, a partir do sistema de monitoramento do distanciamento controlado, modelo que substituiu o mapa das bandeiras das regiões durante a pandemia, uma flexibilização foi percebida na região da Serra Gaúcha, especialmente no comércio.
Veranópolis sempre manteve uma parceria próxima com os comerciantes, auxiliando durante o período desafiador. Em agosto deste ano, porém, outra adversidade foi posta aos lojistas, em especial aos que possuem seus estabelecimentos na principal rua de acesso ao município: a obra de revitalização da Júlio de Castilhos. Desde então, significativas perdas nos lucros foram percebidas e muitas solicitações são feitas ao poder público para amenizar a situação.
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Na última semana, comerciantes da Júlio formaram uma comissão e buscaram a Câmara de Vereadores para entregar reivindicações para auxílio ao comércio local. Conforme o presidente do Legislativo, Cristiano Valduga Dal Pai, eles apontam que tiveram perdas consideráveis nos últimos meses, com diminuição de 30% a 70% nas vendas dos estabelecimentos. Dessa forma, pedem que as obras da avenida sejam paralisadas no período de Natal, e solicitam um auxílio fiscal. A partir de agora, a comissão formalizará esses pedidos e enviará a Câmara, que negociará com o Executivo as medidas solicitadas.
Dados contrariam
Em entrevista à Rádio Studio, o prefeito de Veranópolis, Waldemar De Carli, revelou que a pasta das finanças realizou um levantamento do faturamento das lojas localizadas na quadra que recebe as obras, a partir da emissão de notas fiscais. Os dados apurados revelaram que, no mês de outubro, não houve queda no faturamento na maioria das lojas e farmácias. Em comparação a outubro de 2020, em meio a pandemia da covid-19, a arrecadação inclusive aumentou.
Outro ponto levantado pelo prefeito foi a queda das vendas no mês de novembro, realidade que foi refletida em todo o comércio municipal, não apenas nos da avenida principal. “Questione as vendas dos lojistas na Marechal Deodoro. Lá foi igual, vendas muito baixas, e lá não tem obra. Claro que tem prejuízo, mas não é aquilo que se imaginava”, ressalta. A queda no mês chega a cerca de 50% de redução.
As farmácias da avenida, por exemplo, tiveram menos de 20% de redução nas vendas, enquanto outras lojas chegaram no máximo a 40%. A única exceção está no mercado localizado na quadra, que teve uma queda de 70% nas vendas. “Tem que parar de chorar e continuar sendo criativo, buscando outras maneiras de venda, seja online, por lives, até a obra terminar”, pontua.
Ainda, o chefe do executivo relata que não foi procurado por nenhum comerciante para negociar melhorias e auxílios, e que, por isso, não consegue adivinhar a real situação dos lojistas. “Eu gostaria que os comerciantes me apresentassem o faturamento do mês que relatam queda lá na prefeitura para a gente ver (…) eles tem que me procurar e a gente pode estudar alguma coisa. Minha secretária está participando das intermediações, mas os moradores e lojistas nunca foram no meu gabinete conversar”, explica.
A previsão é que as obras sigam ocorrendo normalmente, porém, paralise na semana do dia 23 de dezembro, quando serão retirados os tapumes da avenida e liberado o trânsito dos pedestres.