Agricultura de Caxias do Sul apura prejuízos de R$ 46,8 milhões com temporal

A estimativa de perdas na atividade agrícola de Caxias do Sul em razão do temporal de segunda-feira (20/09) é de R$ 46,8 milhões, valor apurado junto a aproximadamente 50 propriedades localizadas nos distritos de Vila Oliva e Santa Lúcia do Piaí. Especificamente nas culturas, os danos superam os R$ 44,7 milhões e, em estruturas, como telas antigranizo, estufas e galpões, dentre outras, é de quase R$ 2,1 milhões. Os dados, que ainda não são definitivos, foram apresentados na tarde desta quinta-feira (23/09) durante reunião do grupo de secretários responsável por levantar os danos do temporal e dar encaminhamento à elaboração do decreto de emergência.

De acordo com o levantamento da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Smapa), em conjunto com o escritório municipal da Emater, os maiores prejuízos nas safras se concentram em Vila Oliva, com cifra superior a R$ 41 milhões. Em Santa Lúcia, o cálculo é de R$ 3,7 milhões. A maior parte das perdas estruturais também está concentrada em Vila Oliva, com quase R$ 1,7 milhão. Em Santa Lúcia, chegou a pouco mais de R$ 450 mil.

O secretário Rudimar Menegotto assinalou que os prejuízos podem ser ainda maiores, porque os danos prejudicarão as safras futuras, especialmente a do próximo ano. Além disto, os técnicos devem concluir nesta sexta-feira o levantamento em outras 30 propriedades em Vila Oliva, Santa Lúcia e, também, em Galópolis, que teve registros de danos na 2ª e 4ª Léguas. Segundo Menegotto, em várias propriedades as perdas chegaram a 100%.

Dentre as plantações, a mais prejudicada é a maçã, com perdas de quase R$ 24,5 milhões em produtos e R$ 280 mil em estruturas. Outras culturas com valores expressivos foram ameixa, com R$ 5,3 milhões; caqui, R$ 4,5 milhões; pêssego, R$ 4,2 milhões; morango, R$ 2 milhões; e pera, R$ 1,7 milhão. Foram computadas perdas em 23 culturas, dentre frutas, verduras, legumes, pastagens e árvores.

A partir do levantamento das secretarias de Obras e Habitação e da Fundação de Assistência Social (FAS), foram identificadas 424 pessoas e 117 casas afetadas pelo temporal. Apenas uma família foi desalojada e nenhuma precisou de abrigamento pelo poder público. Para a recuperação da infraestrutura pública, o valor a ser investido pela secretaria de Obras é da ordem de R$ 160 mil. A secretaria da Habitação concluirá sua estimativa nesta sexta a partir de novos contatos com moradores das regiões afetadas. A FAS aplicou em torno de R$ 5 mil em pessoal, deslocamentos e doação de cestas básica, além de prestar atendimento psicossocial.

Os 220 estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Lúcia seguirão, por tempo indeterminado, recebendo aulas por meio virtual. Laudo elaborado por técnicos da Secretaria Municipal da Educação indicou a necessidade de interdição das salas de aula de educação infantil e ensino fundamental, e do ginásio de esportes. O diagnóstico é pela retirada emergencial da parede e da viga do ginásio, danificadas com o temporal, e a reconstrução de novo vínculo e forma de apoio. O investimento orçado para a obra é de R$ 100 mil a RR 120 mil.

Todos os dados servirão para a elaboração do decreto de emergência, que tem prazo de 10 dias a contar do evento, para sua publicação. Os dados serão encaminhados, antes, para homologação pelo governo do Estado e reconhecimento pela União. Na reunião desta quinta, o coronel Sandro, da Defesa Civil do Estado, subsidiou o grupo com informações para encaminhamento de relatórios.

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