A previsão de uma massa de ar polar nos próximos dias na Serra Gaúcha não deve ser motivo de preocupação para os produtores de frutas de clima temperado, exceto para aqueles com pomares de frutíferas superprecoces, sem sistema de antigeada de irrigação.
O engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Enio Ângelo Todeschini, explica que o frio no momento certo, ou seja, no inverno, é bem-vindo, pois as frutíferas de clima temperado precisam de 50h a mais de mil horas de frio abaixo de 7,2 graus, variando conforme a espécie e variedade. Ele é necessário para a dormência dessas plantas, para que elas possam suportar os riscos de danos das baixas temperaturas e, ao mesmo tempo, é indispensável para a superação dessa fase de dormência e início de um novo ciclo vegetativo e reprodutivo.
De acordo com Todeschini, o frio acumulado de maio até o momento já ultrapassou a média histórica, e essa nova onda de frio deverá trazer mais benefícios do que prejuízos. Mas como esse frio tem sido alternado com picos de calor, na região algumas variedades superprecoces, especialmente de pessegueiros, já em frutificação, poderão ser afetadas se ocorrerem geadas de forte intensidade em pleno inverno, afetando a produtividade dos pomares. “Normalmente o risco seriam as geadas tardias, após meados de agosto”, esclarece. Ainda segundo ele, a ocorrência de neve é menos prejudicial do que geadas de forte intensidade.
Conforme Todeschini, a recomendação de mitigação de prejuízos é retardar ao máximo a poda de inverno de produção, além de não despontar os carregadores, por mais compridos que sejam. Além disso, os produtores que possuem sistema antigeada instalado, através de irrigação por aspersão, devem reforçar a reservação de volumes de água nas propriedades para uso em caso de emergência, pois para evitar o congelamento das plantas é necessário o uso ininterrupto de 10h a 12h de irrigação em cada noite de previsão de geada intensa.
Assessoria de Imprensa Emater/RS-Ascar – Regional de Caxias do Sul