Há cerca de 70 anos, na cidade de Veranópolis, cruzaram-se os destinos de Gilda Maria Durli e Olivo Durli. Os encontros e desencontros do casal tiveram como fruto uma grande família, formada por sete filhos, 13 netos e seis bisnetos. Com uma relação baseada no respeito e amor, a dupla é um exemplo de companheirismo, união e amizade, elementos que oportunizam a eles, mesmo após tantos anos juntos, serem como um jovem casal de namorados.
Do primeiro baile ao casamento
Olivo e Gilda trabalhavam juntos em uma empresa de Veranópolis, no final da década de 40. Apesar de nunca terem conversado, Olivo decidiu perguntar para que suas primas, que também trabalhavam no local, convidassem Gilda e sua irmã para um baile. Com o convite aceito, chegou a hora da festa, que rendeu a primeira conversa entre os dois. A cada música um interesse maior ia crescendo entre ambos, que perceberam que sua história não terminava naquela dança.
Gilda e Olivo, a partir dali, começaram a trocar bilhetes, sempre por intermédio das primas do rapaz. Nessas conversas, surgiu o convite de Gilda para que Olivo a acompanhasse até em casa, após a missa de domingo. Assim o fizeram. Após esse passeio, surgiram outros bailes, outras danças e outras oportunidades para se apaixonar.
Um namoro, contudo, ainda não tinha começado. O pedido só se consolidou quando o jovem Olivo precisou servir ao exército em Santa Maria. Antes dele partir, foi necessário que a dupla tomasse uma decisão sobre seus destinos. Entre eles ficou acordado que iriam ficar juntos e se casar assim que o rapaz retornasse. Apesar das saudades, assim foi feito. Durante um ano, com esporádicas visitas, eles se comunicaram por cartas, as quais transportavam o amor em palavras escritas a mão.
Com a volta do soldado, nenhum tempo foi perdido e os dois já se casaram, no dia 25 de julho de 1952. Desde então, nunca mais se separaram e vivem uma vida de companheirismo e união.
Qual o segredo do amor?
Respeito. De forma simples, Gilda define em apenas uma palavra o que é preciso para manter um casamento tão longínquo e um amor tão vivo. A senhora afirma que ambos sempre se respeitaram muito e que isso garantiu uma vida feliz.
– Respeito com um e outro, claro que tem as rosas e os espinhos, sempre tem alguma coisinha, mas vamos indo, sempre com respeito – afirma.
Apesar dos anos terem passado e “aquele tempo bom”, como Olivo define ter sido a juventude, já ter passado, o sentimento de amor e união entre eles segue forte, fato que os permite hoje, 70 anos depois, estar contando sua história e inspirando muitos jovens a acreditar que o amor realmente existe.