O governo do Estado emitiu, nesta terça-feira (18/5), as primeiras decisões do novo sistema de monitoramento da pandemia no Rio Grande do Sul – o chamado Sistema 3As. Durante a tarde, o governador Eduardo Leite detalhou os cinco Alertas e os sete Avisos já comunicados às respectivas regiões em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais, além de responder a questionamentos da imprensa.
O novo fluxo definido, conforme o governador, é que o Gabinete de Crise se reunirá todas as quartas-feiras, precedido de encontro do GT Saúde, para analisar as recomendações feitas pela equipe técnica. No entanto, o GT poderá se reunir a qualquer momento, se detectar alguma piora nos indicadores, e emitir Avisos às regiões, já que esses não dependem do Gabinete de Crise, e recomendar Alertas, que serão analisados pelo Gabinete de Crise.
O principal objetivo do novo sistema é tornar a gestão da pandemia mais simplificada, sem engessar os comunicados (antes feitos por meio de bandeiras e atualizados semanalmente a partir de indicadores pré-fixados no Distanciamento Controlado) e torná-la mais simplificada, sem fórmulas matemáticas, e mais colaborativa, compartilhando a definição de protocolos para as atividades com prefeituras e associações regionais.
“Estamos falando de ciência que é, além da ciência da saúde e dos dados, é a ciência política. Temos de mobilizar a sociedade inteira, dentro de um complexo sistema de governo, que pressupõe Estado e municípios, para o entendimento das medidas que podem vir pela frente. Por isso, fazemos uma etapa de análise técnica, uma análise do Gabinete de Crise e uma análise que é levada para a região, tudo isso com a maior celeridade possível e o constante dedo no pulso. Teremos mais agilidade inclusive para detectar as situações que preocupam e para emitir Alertas mais rapidamente”, reforçou Leite.
O novo fluxo passará a valer a partir da próxima semana. Nestes primeiros dias, as regiões de Cachoeira do Sul, Cruz Alta, Ijuí, Passo Fundo e Santo Ângelo receberam os primeiros cinco Alertas, após análise feita pela equipe técnica do GT Saúde no final de semana e da confirmação pelo Gabinete de Crise na segunda-feira (17/5).
Com isso, essas cinco regiões têm 48 horas para avaliar, responder sobre o quadro e apresentar plano de ação compatível com o Alerta e com a situação epidemiológica apontada, com o objetivo de reverter a situação. É o terceiro dos 3As – a Ação. O prazo começou a contar a partir da notificação às prefeituras e regiões, portanto, se encerra às 15h de quinta-feira (20/5).
Caso a resposta da região seja considerada adequada, a proposta é aplicada imediatamente, e a região segue sendo monitorada pelo GT Saúde. Se não for, o Estado poderá intervir e estipular ações adicionais a serem seguidas.
“É um reforço de governança que estamos dando ao novo sistema de monitoramento da pandemia no RS, a partir do momento que se avisa uma região e a região é chamada para que ela mesmo tome as providências. Se tomar providências consideradas proporcionais, se implementam essas providências. Se não forem consideradas proporcionais ao nível de gravidade, então, o Gabinete de Crise pode deliberar por uma intervenção, mas sempre precedida de composição, de tentativa de entendimento com a região, porque o que nós queremos com esta governança é que puxemos em uma única direção, que é a de proteger a saúde e a vida dos gaúchos e tentar ao máximo conciliar com as atividades econômicas”, pontuou Leite.
Os sete primeiros Avisos do novo sistema foram emitidos para as regiões Covid de Santa Maria, Uruguaiana, Santa Rosa, Palmeira das Missões, Pelotas, Caxias do Sul e Santa Cruz do Sul. A partir da comunicação pelo Estado, cada uma delas deverá redobrar a atenção para o quadro da pandemia.
Os Avisos não vêm acompanhados de um parecer, como os Alertas, porque são apenas um comunicado a respeito do agravamento do quadro epidemiológico, registrado no Boletim Regional elaborado pelo GT Saúde.
Participaram da transmissão, juntamente com o governador, o secretário extraordinário de Apoio à Gestão Administrativa e Política, Agostinho Meirelles, que esteve presencialmente no Palácio Piratini, além de secretários e integrantes do GT Saúde, por videoconferência.