Liderança feminina e o pioneirismo marcam o turismo
Na semana que antecede o Dia Internacional da Mulher, empreendedoras do turismo contam suas histórias de vida
Por trás de grandes conquistas, há sempre uma grande história de superação. Mulheres que mantêm a cultura de suas gerações e com muito esforço conquistaram seu espaço no mundo e hoje se tornaram grandes empresárias. Muitos foram os obstáculos que surgiram no caminho dessas empreendedoras, que hoje com muita dignidade têm o seu próprio negócio e o seu espaço conquistado pelo próprio esforço.
Por iniciarem seus negócios num tempo em que o termo “turismo” era pouco falado, as histórias de vida de algumas mulheres acabaram se tornando uma grande inspiração para as novas gerações. Para honrar e agradecer o pioneirismo destas mulheres, o Roteiro Termas e Longevidade providenciou uma singela homenagem a elas que batalham diariamente por uma vida melhor e que muitas vezes não são lembradas.
Não bastasse o desafio de ser mulher no mercado de trabalho, ele também está presente na idade. A empresária Roberta Siviero que lidera um hotel em Veranópolis, nos conta como isso afetou sua trajetória profissional: “Senti muita dificuldade por ser mulher jovem com apenas 22 anos quando atuei na secretaria de turismo de Cotiporã. Temos o conhecimento, mas muitas vezes nos falta a maturidade que a vida nos traz. Logo depois, assumi a administração de um hotel familiar e na época tinham muitos funcionários antigos, com hábitos que, para uma jovem recém-formada cheia de ideias, já não contextualizavam mais. A ideia era mudar e crescer, então vinham as dificuldades, por muitas vezes a falta de respeito em um sentido de credibilidade pelo conhecimento e, claro, o fato de ser mulher sempre nos traz certas barreiras.”
Por vezes, o espírito empreendedor já vem na família, mas nem sempre ele foi sinônimo de autonomia. A empresária Salete Fiori que lidera uma padaria em Vila Flores, conta da garra de sua mãe, Iracema Fiori, que já vinha de uma família mais abastada e que passou por diversos empreendimentos e, mesmo assim as mulheres ainda não tinham independência financeira. “Desafios sempre existem, é o que nos fortalece. Porém, olhando pra nossa história, vemos que sempre tivemos mulheres que peitaram a sociedade, encaram de frente os obstáculos e ser mãe, só fortaleceu ainda mais a nossa padaria. Tanto pela ligação histórica como pela tradição de gerações.”
Por vezes, o ato de abrir um negócio é também uma renovação, de esperança por dias melhores e de otimismo perante a vida. Foi o que aconteceu com Santina Dalacort de Protásio Alves que após 45 anos atuando como professora, optou por enfrentar um novo desafio ao invés de encerrar a carreira profissional. “A pousada faz parte de um projeto de pós aposentadoria, porque a vida continua e a necessidade de se sentir útil, honrado e compassivo faz com que a vida faça alguma diferença. Essa é a verdadeira alegria da vida, porque se aposentar é sinônimo de dias vividos e ser empreendedora após uma certa idade é sentir-se abençoada.” Destaca Santina Maria Stedille Dalacort.
Neste um ano de pandemia, os desafios de liderar um negócio só aumentaram e a população tem papel importante a cumprir, no sentido de apoiar o empreendedor que passa por um dos mais difíceis períodos na história. “Que a comunidade local promova e incentive os estabelecimentos de suas cidades. Pois as pessoas que recebem os turistas são os representantes diretos da cidade que representam, são a cara da comunidade onde vivem. E é de suma importância que não só o turista valorize e conheça os pontos e lugares diferenciados da sua cidade ou região.” É o desejo de Tânia Peruzzo, proprietária de um café tradicional de Nova Prata.
Já a empresária de rapaduras e também agricultora de uvas, Jaqueline Zinda de Cotiporã, tem um recado especial e direto para as mulheres, indiferente de sua aspiração profissional: “Não se escondam atrás de uma parede, busquem por seus sonhos, lutem, conquistem seu espaço, mostrem o seu brilho. Não se sintam intimidadas com as tecnologias, as novidades que os próprios turistas trazem, utilizem como uma poderosa arma de conhecimento e aprendizado e não tenham vergonha em momento algum por estar na roça e receber um turista, ele vai valorizar o teu empenho. A simplicidade e o acolhimento os encantam”.
Apesar de muitos desafios, muitas empresárias estão se reinventando e querem mostrar para os seus clientes que é possível alcançar o que se almeja.
A microrregião Termas e Longevidade foi criada em 1997 por iniciativa da Instância de Governança Regional Uva e Vinho – Atuaserra e hoje comporta empreendedores, poder público e lideranças locais dos municípios de Cotiporã, Nova Prata, Protásio Alves, Veranópolis e Vila Flores.
Para conhecer um pouco mais, o Termas e Longevidade possui um site https://www.termaselongevidade.com.br/, onde é possível encontrar desde os estabelecimentos da região até um pouco da cultura.
Créditos:
Andressa Capelari Maciel e Secretaria Municipal de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer de Nova Prata.
Bruna Tres e Secretaria de Turismo e Cultura de Cotiporã.
Salete Fiori e Secretaria de Turismo de Vila Flores .
Roberto Prigol e Secretaria de Turismo, Cultura e Desportos de Protásio Alves.
Roberta Siviero e Secretaria de Turismo e Cultura de Veranópolis.