Com o avanço da pandemia de covid-19, o sistema de saúde gaúcho colapsou. Com a demanda muito maior do que a disponibilidade de estrutura, as ocupações nos hospitais foram crescendo exponencialmente e sobrecarregando as estruturas das casas de saúde. Esse aumento começou a ser constatado há cerca de um mês, tendo como consequência, medidas mais restritivas para o setor econômico.
Observando os dados do dia 18 de fevereiro e os comparando a este dia 18 de março, observa-se uma crescente de ocupações de leitos de UTI considerável. A maior demanda, agora, está ocorrendo nesse tipo de atendimento. O Hospital Tacchini, referência para Veranópolis, por exemplo, apresentou um aumento de 68,8% na lotação nesse espaço temporal. A primeira vez que a casa registrou ocupação de 100% foi no dia 26 de fevereiro e desde então não baixou desse índice.
O mesmo comportamento preocupante é observado em todo o RS. O estado teve crescimento de 28,6%, Caxias do Sul 35,2% e a macrorregião da Serra Gaúcha 36,1% no mesmo período de tempo.
Diante disso, a dificuldade de encaminhamento de pacientes de leitos clínicos para leitos de UTI é latente. Essa realidade é observada, por exemplo, no Hospital São Peregrino Lazziozi, de Veranópolis, que não possui Unidade de Terapia Intensiva e está precisando auxiliar os pacientes, dentro de suas limitações, enquanto eles aguardam diversos dias por sua transferência.
Neste momento, na casa de saúde, há dois pacientes que retratam a situação crítica do sistema de saúde. Uma pessoa aguarda desde o dia 09 de março por um leito de UTI, sob ventilação mecânica, ou seja, está há nove dias entubada esperando seu encaminhamento. Outro paciente aguarda desde o dia 13 por uma vaga.