Metsul Meteorologia alerta para risco de temporais no RS
A MetSul Meteorologia alerta para o alto risco na tarde e noite desta sexta-feira (12) e durante o fim de semana de Carnaval de episódios localizados de chuva muito volumosa e excessiva com volumes elevados ou mesmo altíssimos em curto período.
Estas pancadas de chuva localizadas de grande intensidade podem vir acompanhadas de muitos raios e temporais localizados em que não se descarta a possibilidade de vendaval e/ou queda de granizo.
Modelos analisados pela MetSul Meteorologia sugerem alto risco de temporais isolados até segunda-feira com chance de chuva localmente intensa e tempestades fortes a severas e com potencial de danos em setores muito isolados.
O mapa acima, disponível ao assinante na seção de mapas, mostra a projeção de chuva do modelo WRF entre hoje e domingo. Veja que o modelo indica acumulados em alguns pontos (na cor marrom) ao redor ou acima de 200 mm, ou seja, praticamente dois meses de chuva em 72 horas. Atente que o indicativo do modelo destes volumes altíssimos é para setores isolados.
Vale uma ressalva importante. Modelos numéricos têm dificuldade de projetar os pontos exatos em que se dará a chuva muito intensa. Assim, não necessariamente vai chover o que o modelo está indicando no mapa nos locais em que ele projeta tais acumulados de precipitação por demais elevados.
O importante é que, ao indicar volumes isolados altíssimos, mesmo que não ocorram nos locais exatos indicados pelo modelo, é provável que a situação (chuva excessiva isolada) se verifique em outros locais que não indicados no mapa. O modelo antecipa a tendência, mas mesmo sendo de maior resolução têm dificuldade em antecipar corretamente quais pontos específicos devem ter a chuva mais volumosa.
Diferentemente de uma frente fria, que é um sistema meteorológico que se estende por centenas de quilômetros e costuma trazer chuva mais generalizada, ou da instabilidade associada a um sistema de baixa pressão que igualmente afeta uma área mais ampla, tais instabilidades convectivas geradas pelo calor e a umidade são formações locais que ocorrem mais da tarde para a noite e em setores mais isolados.
Costumam se formar e se dissipar na mesma região e, se progridem para outras áreas, não avançam muito.
Assim, não é chuva que vem da Argentina ou do Uruguai, como é a regra do imaginário, mas que se forma na própria região. E, devido a sua natureza, são formações isoladas ou muito isoladas.
Por isso, com grande frequência parte de uma cidade pode ter um verdadeiro “dilúvio” com chuva de 50 mm a 100 mm em apenas uma hora e a poucos quilômetros, muitas vezes dentro da mesma cidade, ou mal chove ou uma gota sequer cai.
Estas formações isoladas que podem trazer chuva forte às vezes chegam com vento forte e queda de granizo, afinal são geradas por nuvens carregadas de grande desenvolvimento vertical e cujos topos alcançam grandes altitudes.
É importante assinalar, e não nos cansamos de reiterar, que uma vez que estas ocorrências de tempo severo, seja por chuva extrema ou temporais, tendem a ser predominantemente isoladas, não é possível prever que pontos exatamente podem ser afetados com grande antecedência, mas apenas delimitar as regiões de maior risco.
Não raro tempestades severas nesta época do ano atingem apenas parte de uma cidade, na escala de bairros, sem causar qualquer transtorno em outros pontos do mesmo município.
A probabilidade de ocorrência destes eventos de chuva forte ou de temporais pode ser antecipada dias ou horas antes, mas não é possível antever quais cidades serão afetadas porque eventos bastante localizados.
Em municípios de maior dimensão territorial, neste tipo de situação, não raro se observa chuva muito volumosa em um temporal em parte da cidade e em locais não muito distantes dentro da mesma cidade pouco ou nada de chuva.
Os modelos numéricos que geram projeções de volumes, ademais, não conseguem prever exatamente tais eventos de chuva extrema isolados, por isso prevêem volumes de 15 mm a 20 mm para um dia em determinado município e, no fim, por um temporal, acaba chovendo 100 mm.
Os meteorologistas que enxergam o cenário macro da atmosfera é que conseguem alertar para este risco de eventos isolados porque não se limitam a observar projeções numéricas de chuva de modelos, atentando para as condições gerais da atmosfera que sinalizam o risco de episódios localizados extremos de precipitação.