O mapa preliminar do modelo de Distanciamento Controlado, divulgado nesta sexta-feira (12/02), traz 16 regiões em bandeira vermelha e apenas cinco em laranja (Bagé, Caxias do Sul, Ijuí, Pelotas e Santa Rosa). Resultado que reflete o alto risco para esgotamento da capacidade hospitalar e a velocidade de propagação do vírus no estado. Na véspera do Carnaval, o governo do Estado também fez alertas específicos sobre cuidados e o estágio da doença no Rio Grande do Sul.
Veja a classificação prévia da 41ª rodada em https://distanciamentocontrolado.rs.gov.br
Entre os indicadores monitorados pelo sistema de enfrentamento à pandemia, chamam a atenção a forte elevação no número de confirmados em leitos clínicos (+23%), o aumento nos registros de hospitalização (+32%) e também no número de óbitos (+16%). As internações em UTI se mantiveram estáveis (+1%).
Na 41º semana do modelo de Distanciamento Controlado, houve leve aumento no número total de leitos de UTI ocupados. Considerando a estabilidade no total de leitos e também dos confirmados com Covid-19 em UTI, a razão de leitos livres para cada ocupado por Covid-19 reduziu para 0,79 no Estado.
Aglomerações seguem proibidas
Com o feriado de Carnaval, o Gabinete de Crise chama a atenção para que os gaúchos sigam respeitando os protocolos, principalmente quanto à higienização constante das mãos, evitar aglomerações e o uso obrigatório de máscara em todas as bandeiras. “A segurança pública do Estado, em conjunto com os municípios, está pronta para agir de maneira preventiva, evitando aglomerações e festas clandestinas. Mas precisamos que a sociedade gaúcha contribua e siga tomando todos os cuidados necessários”, frisou o vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior.
Importante lembrar que as festas de Carnaval estão proibidas, por não atenderem aos protocolos mínimos de segurança sanitária. A estratégia adotada no modelo de Distanciamento Controlado utiliza-se de evidências científicas e análise de dados para definir níveis de riscos (traduzidos em bandeiras) e aplicar restrições na proporção, momento e local em que forem necessárias, com protocolos para cada atividade econômica conforme a região. Confira aqui os protocolos específicos para cada bandeira.
• Veja aqui os Protocolos Gerais e Específicos de combate ao coronavírus.
Casos na Serra preocupam
O novo Boletim Genômico sobre as cepas de coronavírus no Rio Grande do Sul, finalizado nesta sexta-feira (12/2), registrou o primeiro caso da linhagem P1 no Rio Grande do Sul. O caso foi notificado em um morador de 88 anos da região da Serra, que apresentou os primeiros sintomas da doença no final de janeiro.
A P1 é uma variante da Covid que tem como característica já conhecida a maior capacidade de transmissão, ou seja, transmite mais rapidamente o vírus de uma pessoa para outra.
A variante predominante no Estado é a P2, ainda em estudos. “Não sabemos como irá evoluir o cenário a partir da interação das duas variantes no mesmo ambiente”, explica a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), Cynthia Molina Bastos.
As amostras sequenciadas que geram as informações do boletim fazem parte da estratégia de vigilância genômica que busca detalhar o perfil das variantes do Estado. “Vamos ampliar o número de amostras da região da Serra para tentar identificar outros casos, ou determinar se é um caso isolado”, diz Cynthia
Na última semana, as macrorregiões Centro-Oeste (+7), Metropolitana (+17) e Vales (+8) acumularam aumento de pacientes confirmados em UTI. Nas Macrorregiões Centro-Oeste (+47), Metropolitana (+71), Norte (+32) e Serra (+42) e Vales (+18), houve aumento de confirmados em leitos clínicos na semana.
MUDANÇA DE BANDEIRAS
Laranja > Vermelha
Macrorregião Vales: Cachoeira do Sul e Lajeado
No mapa preliminar desta 41ª rodada, Lajeado apresentou grande aumento nos indicadores individuais. Tanto o número de hospitalizações confirmadas para Covid-19 registradas quanto o número de hospitalizações confirmadas para Covid-19 registradas por 100.000 habitantes tiveram um aumento de 53%. Além disso, o número de óbitos nos últimos sete dias cresceu cerca de 60% (de cinco casos, passou para oito).
Com o aumento de 46% no número de internados em leitos clínicos Covid no último dia 11 de fevereiro (de 39 para 57 casos) na Macrorregião Vales, houve elevação da média ponderada que se manteve inferior a 1,5 na região de Lajeado. E, como a macrorregião dos Vales segue apresentando menos de 0,8 leito livre para cada ocupado por Covid e o indicador de incidência de novas hospitalizações da região de Lajeado está avaliado em bandeira vermelha, aplica-se a salvaguarda, mantendo a bandeira final na cor vermelha.
Cachoeira do Sul também registrou piora nesses três indicadores: 267% de aumento no número de hospitalizações confirmadas para Covid-19 registradas e no número de hospitalizações confirmadas para Covid-19 registradas por 100.000 habitantes. O terceiro pior indicador individual, o número de óbitos nos últimos sete dias, registrou elevação de 33% (de três passou para quatro casos). Neste contexto, teve uma avaliação de risco máxima (bandeira preta) e, com a piora na avaliação de um indicador da Macrorregião Vales citada acima, houve elevação da média ponderada para dentro dos parâmetros que determinam a bandeira final na cor vermelha.
Guaíba
A região de Guaíba registrou aumento expressivo de 81% no número de hospitalizações por Covid-19, passando de 16 para 29 pacientes, e aumentou em 20% o número de óbitos nos últimos sete dias (passando de 10 para 12 registros).
A macrorregião Metropolitana também trouxe aumento nas internações em leitos clínicos, subindo para 521 registros (18% a mais que na apuração anterior), e aumento nas internações em UTI, que foi para 462 pacientes, aumento de 6%. Mesmo com essas elevações, a classificação de Guaíba em bandeira vermelha se deve à regra da salvaguarda, já que a média de leito livre para cada ocupado ficou em 0,60 na macrorregião e o indicador de hospitalizações por 100 mil habitantes passou para bandeira vermelha.
Uruguaiana
A Região de Uruguaiana apresentou aumento de 50% no número de registros de internações por Covid-19 (passando de 18 para 27 registros). E, apesar da queda de 38% no número de óbitos, o efeito do aumento de 12% nos internados em UTI na macrorregião Centro-Oeste fez com que o indicador de projeção de óbitos se mantivesse em bandeira preta, mesmo que tenha reduzido o valor de 5,26 para 5,02.
O número de internados por Covid-19 em leitos clínicos também registrou aumento, passando de 66 para 109 (65%). Além disso, passou a apresentar 0,72 leito livre para cada ocupado por Covid-19, o que acarretaria também a aplicação da salvaguarda de bandeira vermelha.
Erechim
A região de Erechim apresentou piora na avaliação de três indicadores que abrangem dados específicos da região, totalizando dois destes com avaliação de risco máxima (bandeira preta). O pior aumento foi no número de óbitos, com 900%, de apenas um caso, a região passou para dez. O outro aumento foi de 75% nas hospitalizações confirmadas para Covid-19 registradas nos últimos sete dias (de oito para 14) e no número de hospitalizações confirmadas para Covid-19 registradas nos últimos sete dias por 100.000 habitantes (3,33 para 5,83).
Somado a isso, houve um aumento significativo de 31% no número de internados em leitos clínicos Covid no último dia 11 de fevereiro (de 104 passou para 136) na macrorregião Norte. Com isso, houve elevação da média ponderada final para dentro dos parâmetros que determinam a bandeira final na cor vermelha.
Vermelha > Laranja
Macrorregião Missioneira: Ijuí e Santa Rosa
Apesar de ter aumentado em 250% o número de óbitos nos últimos sete dias (de dois para sete), Ijuí manteve estável os indicadores de hospitalizações confirmadas para Covid-19 registradas e número de hospitalizações confirmadas para Covid-19 registradas por 100.000 habitantes, 18 e 7,48, respectivamente. Ambos indicadores são dos últimos sete dias.
Somado a isso, houve uma leve melhora nos indicadores da macrorregião missioneira, que resultou na alteração de bandeira vermelha para laranja. Os indicadores que mais se destacaram são: 66% de aumento nos leitos de UTI livres/leitos de UTI ocupados por pacientes Covid, de 0,60 para 1; elevação de 51% no número de leitos de UTI livres no último dia 11 de fevereiro para atender Covid, de 41 para 62; e redução de 14% no número de internados por SRAG em UTI no último dia 11 de fevereiro.
Com esse contexto nos indicadores da macrorregião, convergindo com os indicadores individuais, Santa Rosa também teve sua bandeira alterada de vermelha para laranja nesta 41ª rodada. Foi registrada uma queda de 50% no número de óbitos nos últimos sete dias, de seis para três casos. Além disso, reduziu em 17% o número de registros de hospitalizações confirmadas para Covid-19 (de 12 para 10) e o número de hospitalizações confirmadas para Covid-19 registradas por 100.000 habitantes (de 5,07 para 4,23). Ambos indicadores são dos últimos sete dias.
REGIÕES EM SALVAGUARDA
Nesta semana, a salvaguarda atuou efetivamente nas regiões de Santa Cruz do Sul e Lajeado, mantendo-as em bandeira vermelha. A regra vigente desde a 35ª rodada garante bandeiras de risco alto e altíssimo (vermelha e preta) quando a região tem elevada quantidade de novas hospitalizações de pacientes confirmados com Covid-19 (conforme a região de residência do paciente) e, ao mesmo tempo, está inserida em uma macrorregião com baixa capacidade hospitalar.
COGESTÃO
As associações regionais que desejarem enviar pedido de reconsideração ao mapa preliminar têm prazo de 36 horas para encaminhar a solicitação ao governo. O formulário on-line ficará disponível até as 6h30 de domingo (14/2) no https://forms.gle/SLdvQKBATe3z4Guu6.
O site do governo divulgará, na manhã de domingo, notícia sobre número de recursos recebidos. Os pedidos serão analisados pelo Gabinete de Crise, e o mapa definitivo, divulgado também no portal de notícias às 16h30 de segunda-feira (15/2). A vigência das novas bandeiras será de 16 a 22 de fevereiro.
Caso a classificação prévia seja mantida, as 14 regiões em bandeira vermelha que aderiram ao sistema de cogestão regional podem adotar os protocolos próprios compatíveis até o nível de restrição da bandeira laranja. Guaíba e Santa Maria, que não aderiram à cogestão, devem seguir os protocolos de bandeira vermelha determinados pelo Estado.
As cinco regiões classificadas em laranja e participantes do sistema de cogestão podem utilizar protocolos de bandeira amarela, se estiverem previstos e atualizados nos seus planos regionais.
Confira os protocolos próprios de cada região: https://planejamento.rs.gov.br/cogestao-regional
REGRA 0-0
De acordo com o mapa preliminar da 41ª rodada, 378 municípios (do total de 497) estão classificados em bandeira vermelha, somando 8,6 milhões de habitantes, o que corresponde a 76% da população gaúcha (total de 11,3 milhões de habitantes).
Desses, 164 municípios (703,8 mil habitantes, 6,2% da população gaúcha) podem adotar protocolos de bandeira laranja, porque cumprem os critérios da Regra 0-0, ou seja, não têm registro de óbito ou hospitalização de moradores nos últimos 14 dias, desde que a prefeitura crie um regulamento local.
• Clique aqui e acesse a lista de municípios que se encaixam na Regra 0-0
RESUMO DA 41ª RODADA
Regiões que apresentaram piora (5)
LARANJA > VERMELHA
Cachoeira do Sul (em cogestão)
Erechim (em cogestão)
Guaíba
Lajeado (em cogestão)
Uruguaiana (em cogestão)
Regiões que continuaram iguais (14)
LARANJA (3)
Bagé (em cogestão)
Caxias do Sul (em cogestão)
Pelotas (em cogestão)
VERMELHA (11)
Canoas (em cogestão)
Capão da Canoa (em cogestão)
Cruz Alta (em cogestão)
Novo Hamburgo (em cogestão)
Palmeira das Missões (em cogestão)
Passo Fundo (em cogestão)
Porto Alegre (em cogestão)
Santa Cruz do Sul (em cogestão)
Santa Maria
Santo ngelo (em cogestão)
Taquara (em cogestão)
Regiões que apresentaram melhora (2)
VERMELHA > LARANJA
Ijuí (em cogestão)
Santa Rosa (em cogestão)
DESTAQUES DA 41ª RODADA
• O número de novos registros semanais de hospitalizações confirmadas com Covid aumentou 32% entre as duas últimas semanas (783 para 1.030);
• O número de internados em UTI por SRAG ficou praticamente estável no Estado entre as duas últimas quintas-feiras (970 para 969);
• O número de internados em leitos clínicos com Covid no RS aumentou 23% entre as duas últimas quintas-feiras (902 para 1.112);
• O número de internados em leitos de UTI com Covid no RS aumentou 1% entre as duas últimas quintas-feiras (813 para 825);
• O número de leitos de UTI adulto livres para atender Covid no RS reduziu 7% entre as duas últimas quintas-feiras (de 697 para 649);
• O número de casos ativos reduziu 4% entre as últimas semanas consideradas (de 19.470 para 18.599);
• O número de registros de óbito por Covid aumentou 16% entre as duas últimas quintas-feiras (de 314 para 363);
• As regiões com maior número de novos registros de hospitalizações nos últimos sete dias, por local de residência do paciente, são Porto Alegre (214), Caxias do Sul (151), Passo Fundo (93), Novo Hamburgo (72), Santo Ângelo (71) e Canoas (68).
Comparativo: situação entre 14 de janeiro e 11 de fevereiro
• O número de novos registros semanais de hospitalizações confirmadas com Covid reduziu 18% no período (1.256 para 1.030);
• O número de internados em UTI por SRAG reduziu 2% no Estado no período (987 para 969);
• O número de internados em leitos clínicos com Covid no RS aumentou 1% no período (1.102 para 1.112);
• O número de internados em leitos de UTI com Covid no RS reduziu 3% no período (847 para 825);
• O número de leitos de UTI adulto livres para atender Covid no RS aumentou 8% no período (de 600 para 649);
• O número de casos ativos reduziu 25% no período (de 24.811 para 18.599);
• O número de óbitos por Covid acumulados em sete dias reduziu 27% no período (de 497 para 363).