Veranópolis é uma cidade de história sólida, construída por pessoas. O desenvolvimento do município confunde-se com a edificação de negócios, famílias e vidas. Entre essas histórias que constituem a Terra da Longevidade, estão os diversos empreendimentos, como empresas e lojas.
Em estudo aos arquivos históricos da Prefeitura, observa-se que muitos dos alvarás mais antigos da cidade ainda estão funcionando. Nesses casos, passado, presente e futuro confundem-se, unindo gerações e deixando vivos os legados mais ricos do povo do município.
Entre esses estabelecimentos está a Foto e Livraria Parise, que possui a abertura do seu alvará datado no dia 02 de janeiro de 1970. Sendo um dos comércios mais longevos da cidade, a história do lugar começou, porém, muito antes que isso.
A história do local e a de seu proprietário
Quando se fala sobre a Foto e Livraria Parise não se pode deixar de citar seu eterno proprietário, Elígio Parise, visto que, a história deste último e a do estabelecimento se unificam.
Elígio, na década de 50, trabalhava no interior de Veranópolis, nas terras da família, e muitas vezes fazia alguns serviços como pedreiro, na cidade. Segundo relatos, ele gostava bastante do ofício. Em um certo dia, quando ele tinha cerca de 20 anos, ao trabalhar no centro do município em uma obra, foi abordado por Plínio Bridi, senhor que era o único fotógrafo de Veranópolis. Foi convidado por ele para trabalhar como assistente em seu ateliê. Dali para a paixão pelas imagens foi um passo. Em 1954 comprou o estúdio e tornou-se o “retratista” da cidade.
O processo foi por acaso, mas o apresso pela profissão parecia predestinado. Retratos de famílias, de momentos marcantes da cidade e registros que auxiliam a contar a evolução de Veranópolis foram capturados pelas máquinas de Elígio.
O ano de 1955 foi aquele em que, efetivamente, a Foto e Livraria Parise foi consolidada. Após isso, em 1966 foi realizado o registro do primeiro funcionário e em 1970 a obtenção do alvará.
Todo esse processo acompanhou o crescimento da família e dos filhos de Elígio. Como o trabalho era basicamente familiar, todos estavam envolvidos na atividade, fato que marcou positivamente os envolvidos.
Com o tempo, o avanço da tecnologia e adaptações, muitas mudanças ocorreram. Diante disso, a resiliência foi uma arte necessária e praticada no estabelecimento, que se mantém até os dias atuais sendo conhecido e referenciado.
As falhas da história
A história desses estabelecimentos é rica. “Desses”, no plural, porque há outros empreendimentos que possuem um legado parecido com o da Foto e Livraria Parise. Contudo, ela também é incompleta.
Um acidente na Prefeitura de Veranópolis, que aconteceu na década de 60, acabou por apagar parte dos registros. Isso faz com que não haja exatidão em relação a quais são, de fato, os mais antigos estabelecimentos da cidade, entretanto, com os arquivos salvos, pode-se ter uma margem de como a história foi construída.
Segundo os dados obtidos, o Parise foi o 92º empreendimento registrado na cidade. Junto a ele, há muito outros, que com sua história rica, fazem Veranópolis ser o que é atualmente.
Entrevista na Studio promoveu bate-papo sobre o assunto
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