Da Itália para Veranópolis: a história dos imigrantes que construíram a Serra Gaúcha

Neste dia 21 de fevereiro celebra-se a história das pessoas que atravessaram o oceano para buscar uma nova oportunidade de vida e que, dessa forma, auxiliaram a edificar uma região

Grande parte da história da sociedade veranense, bem como, da Serra Gaúcha, foi construída a partir da vinda dos imigrantes italianos. Com terras majoritariamente inabitadas, foram essas pessoas vindas do continente europeu que começaram a implementar a cultura e o cultivo de vários alimentos de forma extensiva na região. Neste dia 21 de fevereiro, dia do imigrante italiano, conheça a história desse povo e sua contribuição.

Quem partia e por quê?

Eram majoritariamente os trabalhadores que partiram de suas residências na Itália e vinham para o Brasil e outros países da região entre 1880 e 1930. Não os mais pobres, porque emigrar era um empreendimento que exigia um investimento inicial e, em função do qual, podia-se vender um pequeno terreno ou adiantar uma herança. Agricultores, diaristas, trabalhadores braçais, são as categorias mais numerosas. Atrás dos agricultores e diaristas vinham, por sua quantidade, geralmente os pedreiros e os sapateiros, os comerciantes e os carpinteiros, assim como um grande número de marinheiros.

Alguns italianos chegaram ao Brasil dispostos a criar pequenas empresas e prosperar na nova terra. Vendiam o que tinham na Itália e investiam no Brasil em áreas como a agricultura, comércio, prestação de serviços e indústria. 

O objetivo: a busca de uma vida melhor, visto que, com a industrialização, um dos motivos da emigração, não havia tanta facilidade em encontrar emprego na Itália.

Como se consolidaram?

Chegando em Porto Alegre, porta de entrada para o Rio Grande do Sul, os imigrantes eram encaminhados a São João de Montenegro (atual cidade de Montenegro), onde começava a Estrada Geral Buarque de Macedo, que cruzava toda a região colonial. Ali, nesse ponto, começava o deslocamento dos imigrantes aos diversos locais do interior do estado, onde poderiam comprar seus lotes de terra, junto a Casa de Comissão de Terras.

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Em 1885, a Colônia de Alfredo Chaves (atual municípios de Veranópolis, Fagundes Varela, Nova Bassano, Cotiporã, Vila Flores, Nova Prata, Vista Alegre do Prata e Nova Araçá) foi criada. A partir dali, a localidade começou a ser preenchida com essa população, onde se estabeleceram grandes núcleos de italianos, construindo sua vida e cultivando no local, além das sementes, sua cultura, que impregnou nas raízes da colônia.

Pessoas de outras nacionalidades também habitaram a região, entretanto, a grande maioria foi de origem itálica, chegando a ser 90% dos chegados. Esse dado, porém, não corresponde só a região, mas também, ao estado: em 1920, 40,5% da população do RS era composta por italianos. Apesar disso, apenas 16% dos 1,5 milhão de imigrantes italianos que chegaram no Brasil vieram para esse estado, visto que, a maioria se deslocou para o sudeste do país, trabalhar em lavouras de café.

Eles tomaram o espaço e começaram a construir sua vida, mesmo que em meio a dificuldades.

O imigrante

Atualmente, muitas pessoas, de diversas nacionalidades, seguem migrando e emigrando, na busca de condições melhores de vida. Naquela época, esse também era o objetivo dos povos que saíram de seus países para construir uma nova casa no Brasil.

Base histórica e colaboração da reportagem: historiador Bernardo Luchini Bisatto

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