Fechamento das fábricas da Ford no Brasil terá impacto no polo metalúrgico da Serra

Ainda não é possível dimensionar a consequência, na Serra Gaúcha, do anúncio da Ford de encerrar a produção de automóveis e utilitários no Brasil. Porém, com certeza haverá impacto, estima o vice-presidente de relações institucionais do Simecs, Ruben Bisi em entrevista a Rádio Caxias.

Para o empresário, a notícia da segunda-feira (11) pegou mundo econômico de surpresa, assim como o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região. Ele pontua que o polo automotivo é grande na Serra, com muitas ferramentarias que entregam produtos aos fornecedores da Ford.

O dirigente ressalta que o impacto terá consequência na compra de matérias-primas, peças, componentes e ferramentas. Atualmente, a Ford detém 7% do mercado automobilístico brasileiro. Na nota repassada aos concessionários, a montadora informou que concentrará a produção, na América do Sul, na Argentina e Uruguai.

Ruben Bisi, que é presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus), conta que todas as segundas-feiras participa de reuniões com representantes da Anfavea, da Fenabrave, do Sindipeças e do Ministério da Economia. O custo Brasil, a renovação de frotas e as reformas estruturais são pautas discutidas nos encontros. Nesse sentido, Ruben Bisi opina que o Governo Federal deve agir de forma rápida para existirem melhores condições econômicas, caso contrário, outras empresas deixarão o País.

A Ford fechará as fábricas de Camaçari (BA) e Taubaté (SP). Será mantida apenas por alguns meses a produção de peças para suprir o estoque de pós-venda. A planta da Troller, em Horizonte (CE), será encerrada no último trimestre de 2021. A montadora anunciou também que encerrará as vendas dos modelos EcoSport, Ka e T4 assim que terminarem os estoques.

No Brasil, a Ford manterá o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia; o Campo de Provas em Tatuí (SP); e a sede regional em São Paulo. A montadora informou também que está negociando com os sindicatos de trabalhadores medidas que ajudem a enfrentar o impacto de cerca de 5 mil demissões.

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