O Ministério Público do Rio Grande do Sul solicitou à Justiça o desarquivamento do Inquérito Policial que apontou suicídio como causa da morte do então marido de Alexandra Dougokenski, ré pelo assassinato do filho Rafael Mateus Winques, de 11 anos. Em 2007, José Dougokiski foi encontrado morto dentro de casa, em Farroupilha, com uma corda no pescoço. “Naquela ocasião, entendi que o expediente policial merecia ser arquivado, pois a observações feitas pelos peritos que elaboraram o Laudo Pericial diziam, ‘com grande margem de certeza, que se tratava de morte autoinfligida, ou seja, um suicídio por enforcamento’”, explica o promotor de Justiça de Farroupilha, Ronaldo Lara Resende.
Contudo, diante de novos elementos apresentados ao Ministério Público, questionando eventuais falhas por parte das perícias oficiais, o promotor entendeu que deve ser feita uma análise mais acurada acerca do caso. Na promoção pelo desarquivamento, o promotor diz que a “grande margem de certeza” apontada não exclui a possibilidade dessa margem ser derrubada, se assim for demonstrado, com a reabertura das investigações. “Embora não se vislumbre, salvo melhor juízo, uma falha nos laudos periciais, o fato é que os peritos não examinaram o contexto que somente agora foi apresentado e é inquestionável: a capacidade de Alexandra – única ‘testemunha’ da morte de José – em cometer crimes cruéis, alterar o local dos delitos e, ainda, atuar, teatralmente, quando instada a falar sobre os eventos a que deu causa”, pontua o promotor, lembrando, ainda, que uma testemunha referiu, em juízo, que em determinada ocasião, Alexandra confessou ter matado José.
Diante disso, o Ministério Público pediu que, reaberta a investigação, seja encaminhado ao Instituto-Geral de Perícias (IGP) de Caxias do Sul o material entregue à promotoria para que os peritos que elaboraram e assinaram os laudos façam os esclarecimentos que entenderem pertinentes.