Segundo a Rádio Uirapuru, o segundo dia de audiência sobre o caso Rafael Winques, de Planalto-RS, morto pela mãe Alexandra Duogokenski, foi marcado por depoimentos que não apontaram uma figura que maltratava o filho.
Na audiência a juíza Marilene Parizotto Campagna ouviu, na tarde de ontem (10), pessoas próximas da convivência do menino. Foram ouvidas três pessoas e duas disseram que Alexandra era, até onde puderem ver, uma boa mãe. A afirmação foi do ex-namorado Delair Souza e o vizinho Carlos Eduardo Silva.
O ex-namorado Delair disse para a justiça que a mulher era uma mão zelosa, cobrando estudos e organização dos filhos. Disse ainda que o menino tinha muito amor pela mãe. Afirmou nunca ter presenciado a mãe dando medicamentos ao menino. O homem disse que Rafael era uma criança especial, fazia os trabalhos da escola e jogava bastante no celular. A mãe, segundo ele, não gostava do uso em excesso do celular pelo menino.. Ele contou que não via os filhos desobedecerem Alexandra. O homem também disse que, durante os dez dias de buscas por Rafael estranhava que a mãe não deixava o filho mais velho responder perguntas sobre o sumiço do irmão. Era ela quem respondia pelo filho, segundo ele. Delair disse que perguntou algumas vezes se Alexandra tinha envolvimento com o desaparecimento de Rafael e ela negou. Até o crime acontecer, o homem disse que tinha uma ótimo relacionamento com a mulher e fazia planos.
Vizinho de Alexandra , Carlos Eduardo da Silva, destacou que o convívio de Rafael em casa seria mais com familiares, não com amigos. Também se referiu a Alexandra como “muito boa mãe, que eu tenha visto e ouvido. Sempre muito preocupada e bem atenciosa”. Segundo ele, o tapume na casa em que o corpo foi encontrado sempre existiu. O vizinho também disse: “Não percebi uma frieza. A gente nunca sabe a reação de uma pessoa nesses fatos “.
Outro depoimento foi da professora do menino , Ana Maristela Stamm. A educadora declarou que Alexandra dizia, enquanto eram feitas buscas pelo garoto: “Rafael vai voltar”. A educadora conta que as buscas mobilizou outras crianças. Colegas do menino ligaram para a professora aviando que iriam procurar o garoto.A professora também explicou que Rafael era “extremamente estudioso, quieto. Não interagia com a turma. Não respondia a chamada, só erguia o dedinho. Muito tímido”. A professora Ana Maristela afirmou que o menino se fechava, não queria proximidade e tinha um olhar triste. Destacou que ele não falava uma palavra sobre a família em aula e nunca usou celular.
Nesta quinta-feira, dia 11 de dezembro, a partir das 13h15, as audiências retornam para ouvir o delegado Eibert Moreira, o delegado Ercílio Carletti e a perita do IGP Carolina Alegretti.