Abusadas depois de mortas: funcionárias de funerárias e IMLs denunciam casos aterrorizantes de necrofilia

Segundo o Portal Metropoles, três meses após denunciar à Polícia Federal e ao Ministério Público que pessoas abusam sexualmente de cadáveres femininos em Institutos Médicos Legais (IMLs) e em funerárias, no Brasil, Nina Maluf sofreu ameaças de morte. Ela e o companheiro, Vinícius Cunha, trabalham em uma funerária no Rio Grande do Sul, deram publicidade ao caso que ficou conhecido como Festa no IML.

Três meses após denunciar à Polícia Federal e ao Ministério Público que pessoas abusam sexualmente de cadáveres femininos em Institutos Médicos Legais (IMLs) e em funerárias, no Brasil, Nina Maluf sofreu ameaças de morte. Ela e o companheiro, Vinícius Cunha, trabalham em uma funerária no Rio Grande do Sul, deram publicidade ao caso que ficou conhecido como Festa no IML.

“Repercutiu muito mal, só que para mim. Fui ameaçada de morte por gente perigosa e tenho filho pequeno. Fiz o que eu podia, fiz um trabalho fortíssimo durante anos a fio, porque para mim como mulher é algo inaceitável. As denúncias foram simplesmente ignoradas pelo meu segmento e pelas autoridades. Agora eu lavo as minhas mãos”, afirma Nina.

O Ministério Público do Rio Grande do Sul, por meio da Assessoria de Imprensa, informou que a denúncia de Nina gerou o expediente RD.00849.00364/2020. “Após análise da 21ª Promotoria de Justiça, a documentação será encaminhada ao Departamento de Polícia Metropolitana para investigação dos fatos”, traz a nota enviada ao Metrópoles.

A Assessoria de Imprensa da Polícia Federal (PF) declarou que a PF não se manifesta sobre “eventuais investigações em andamento”. Não informou, porém, se há ou não processo aberto para apurar os casos mencionados por Nina. O Código Penal prevê o crime de vilipêndio a cadáver, com penas que variam entre um e três anos de prisão, além de multa.

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Já a necrofilia, uso de cadáver como objeto sexual, é considerada pela medicina como uma parafilia. O termo é usado para definir cada um dos transtornos que se caracterizam pela preferência ou obsessão por práticas sexuais socialmente não aceitas.

O Ministério Público do Rio Grande do Sul, por meio da Assessoria de Imprensa, informou que a denúncia de Nina gerou o expediente RD.00849.00364/2020. “Após análise da 21ª Promotoria de Justiça, a documentação será encaminhada ao Departamento de Polícia Metropolitana para investigação dos fatos”, traz a nota enviada ao Metrópoles.

A Assessoria de Imprensa da Polícia Federal (PF) declarou que a PF não se manifesta sobre “eventuais investigações em andamento”. Não informou, porém, se há ou não processo aberto para apurar os casos mencionados por Nina. O Código Penal prevê o crime de vilipêndio a cadáver, com penas que variam entre um e três anos de prisão, além de multa.

Já a necrofilia, uso de cadáver como objeto sexual, é considerada pela medicina como uma parafilia. O termo é usado para definir cada um dos transtornos que se caracterizam pela preferência ou obsessão por práticas sexuais socialmente não aceitas.

O Metrópoles entrou em contato com a assessoria de imprensa da Polícia Civil de Manaus para saber a respeito da conclusão do inquérito e sobre abertura de processo judicial, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.

Uma funcionária do IML de Manaus relatou, na condição de não ter o nome mencionado, que o crime chocou os colegas e que nunca havia tido conhecimento de outros casos como esse. “Foi no dia do meu plantão. Ficou todo mundo muito surpreso, porque não é uma coisa comum. Pelo que eu sei por aqui, ele está solto, mas nunca mais foi visto por aqui”, disse.

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Um mês após o caso ser noticiado no Brasil inteiro, em dezembro de 2019, o diretor do Departamento de Polícia Técnico e Científica (DPTC), Lin Hung, informou que seriam instaladas câmeras na sala de necropsia do IML. Segundo funcionários, a promessa foi cumprida e câmeras estão funcionando.

Até mortas mulheres precisam de segurança

Relatos de necrofilia em IMLs causam desconforto entre os profissionais da área. “Normalmente, são denúncias que vêm acompanhadas de provas. É quase impossível desacreditar”, afirma a perita criminal Gisele Barreto, que há 10 anos desempenha essa função em Manaus.

A perita descreve o caminho que um cadáver segue até chegar ao IML e as falhas de segurança que podem haver. “A tendência no Brasil inteiro é que essa estrutura seja frágil”, diz.

Quem vai até o corpo – à cena de crime, por exemplo – é o técnico de necropsia, levado por um motorista. O médico legista fica na base, à espera do cadáver (ele também faz exames de corpo de delito em pessoas vivas). “Seria bom que o médico fosse ao local, mas como há poucos profissionais isso não acontece”, observa.

O corpo é entregue pelo técnico com a documentação, na recepção/cartório do IML. Ele passa a constar no sistema do órgão. Depois disso, vai para a sala de necropsia. Lá, é lavado, as vestes são retiradas e os exames necessários são feitos. O ideal seria ter sempre duas pessoas – médico e técnico – fazendo os procedimentos juntos. Nessas profissões, o ambiente é quase 100% dominado por homens.

Em seguida, o corpo fica à espera de retirada (o que pode levar horas, dias ou anos, no caso de indigentes, por exemplo). Enquanto espera pelo exame ou pela retirada, muitas vezes, um cadáver fica desprotegido, exposto à manipulação indevida. “A probabilidade de não ter câmera, principalmente nos interiores, é maior do que a de ter”, relata a perita.

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Para que isso não ocorra, afirma a perita, o ideal seria ter câmeras e uma “cadeia de custódia” realmente implementada. “Isso significa ser rígido na documentação de cada passo de um vestígio, e o corpo, para o perito, é um vestígio, por isso se faz exame nele. É preciso documentar tudo desde a entrada em cada setor, ter um maior controle com imagens, assinaturas. Só assim é possível controlar quem tem acesso àquela pessoa e identificar manipulação desnecessária”, explica.

A Associação Brasileira de Medicina Legal e Perícias Médicas (ABMLPM) informou que repudia qualquer ação que configure vilipêndio de cadáver.

Sem solução

Outro crime que chocou o país, em 10 novembro de 2019, ocorreu em Gravataí (RS). Policiais encontraram uma sepultura aberta no Cemitério Municipal de Gravataí, no bairro Rincão da Madalena, e, a metros dali, o cadáver de uma mulher, de 49 anos, com sinais de abuso. Ela foi retirada do túmulo e jogada em um matagal após o crime. A calcinha dela, além de pedaços do vestido, estava na trilha que levava ao local.

O caso de necrofilia foi registrado na 1ª Delegacia da cidade. Um ano depois, o culpado, segundo o delegado Marcio Zachello, à frente da apuração, nunca foi encontrado. “Colhemos material genético que estava no corpo da vítima para perícia, cruzamos as amostras com a de seis pessoas suspeitas e deu negativo. Jogamos a amostra no banco de perfil genético e estamos aguardando que coincida com algum perfil”, afirmou.

Confira a matéria completa no Portal Metrópoles.

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