O retorno das aulas presenciais é uma situação muito debatida desde o início da pandemia. Na terça-feira, 11 de agosto, o governador do RS encaminhou uma proposta à Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), que estipula um retorno escolar ainda para o mês de agosto. Automaticamente, essa situação gerou debates e posicionamentos distintos de entidades.
Diante disso, a reportagem da Studio entrou em contato com a Secretária de Educação de Vila Flores, Rafaela Peruzzo, com o objetivo de entender qual é o parecer do município diante dessa proposição. A resposta que tivemos foi de que a cidade não voltará com suas aulas presenciais em agosto e que discorda do governo estadual em colocar a educação infantil como primeira na retomada.
A posição de Vila Flores
Embasada em dados científicos e na observação da comunidade do município, Rafaela afirma que as aulas não devem voltar em Vila Flores no mês de agosto, nem começar pela educação infantil.
O município organizou-se com um plano próprio de retomada, que seria melhor adequado a realidade da cidade. Segundo a organização, o retorno começaria pelo ensino superior, posteriormente com o ensino médio e por fim com o ensino fundamental. A educação infantil seria a última e a cheche só deve retornar quando houver a vacina.
Em relação a datas, ainda não há uma projeção. A secretária reforça que isso, apenas a secretaria da saúde junto a vigilância epidemiológica poderá afirmar. O retorno se dará, quando possível, de forma híbrida, alternando a ida dos alunos à escola com aulas online.
Por ora, o município prepara-se para a volta, mesmo que ela ainda não esteja definida. EPI’s estão sendo comprados e treinamentos aos profissionais estão sendo planejados, entretanto, o único receio do poder público municipal é que faltem recursos de verbas e também humanos para dar conta da demanda que um retorno necessita. O principal empecilho, afirmou Rafaela, é o ano eleitoral, que barra, de certa forma, esses gastos.
Como está sendo as aulas neste momento em Vila Flores
O ensino remoto é uma solução utilizada e aplicada neste momento de distanciamento. Os alunos no município estão recebendo os materiais de três formas: por meio de aulas síncronas e assíncronas em plataformas digitais, material entregue presencialmente e orientações por grupos de Whatsapp.
Segundo dados da secretaria, a comunidade escolar está engajando-se muito com as aulas à distância. Das 278 famílias da EMEF Doze de Maio, apenas 32 estão com dificuldades no acesso e esses estão recebendo as aulas por outras formas, como entregas presenciais. Esses índices positivos, reforçam a vontade do município em esperar mais pelo retorno, pois demonstram que os alunos estão com suas rotinas organizadas com esse novo sistema.
Diante disso, a secretária reforça que, como a comunidade está adaptada, não vê problema em esperar, pois acredita ser primordial cuidar da vida e da saúde dos vila florenses.
Relembre o que é a proposta do governador
Na terça-feira (11), começaram os diálogos para um retorno escolar presencial efetivo. A sugestão inicial apresentada pelo Estado propõe o retorno gradual e escalonado das aulas a partir de 31 de agosto para as redes pública e privada. O primeiro nível a voltar seria o Ensino Infantil. O Ensino Superior retornaria em 14 de setembro, o Médio e Técnico, em 21 de setembro, os anos finais do Ensino Fundamental, em 28 de setembro e os anos iniciais, em 8 de outubro. O retorno às aulas presenciais ocorrerá, pela proposta do Estado, somente nas regiões que estiverem em bandeira amarela e laranja.
O secretário da Educação, Faisal Karam, deixou claro que os prefeitos darão a palavra final para o retorno nos municípios. Além disso, frisa que o calendário é uma proposição, passível de mudanças.
Pesquisas feitas pela Famurs apontaram que a grande maioria dos prefeitos não concorda com a proposta de Leite e reuniões estão sendo realizadas para que o diálogo sobre a situação seja feito, a fim de promover um consenso e organização dessa volta.