Famurs e Associações Municipais debatem sobre retorno às aulas presenciais: “voltar apenas quando for seguro”
Em Assembleia Geral, realizada por videoconferência na manhã desta terça-feira (18/8), a Famurs e as associações regionais debateram sobre o resultado da pesquisa sobre o retorno das aulas. Conforme levantamento da Federação, a esmagadora maioria dos gestores são contra a proposta do governo do Estado em retomar as aulas presenciais dia 31 de agosto e pela Educação Infantil.
Discussões da reunião: “voltar apenas quando for seguro”
“Nós imaginávamos que haveria rejeição da proposta de calendário do Estado, mas não que os números fossem tão contundentes e fortes. Os números mostram a firmeza dos colegas do não retorno às aulas”, declarou o presidente da Famurs e prefeito de Taquari, Maneco Hassen.
Para a Federação, a posição é muito clara: voltar apenas quando for seguro para alunos e professores e, quando ocorrer, que seja retomado com os estudantes de maior idade, que cumprirão os protocolos sanitários.
A diretoria da Famurs sugeriu que seja apresentado ao Estado, na reunião desta quarta-feira (19/8), o posicionamento contrário à proposta de calendário, que não haja retorno das aulas neste momento e que o diálogo sobre o tema seja retomado apenas quando o número de casos de covid-19 diminuírem de forma consistente. Outra sugestão é de que o governador assuma a responsabilidade de liberação das aulas, não transferindo a decisão aos prefeitos.
Conforme entendimento da Famurs, o retorno das aulas é diferente do que o do comércio, em que são pessoas adultas retomando suas atividades e empresas com maiores responsabilidades. Ainda assim, os protocolos não são cumpridos de forma ideal e os municípios enfrentam dificuldades para realizar a fiscalização.
Com relação a pressão das instituições particulares para reabertura, a sugestão apresentada pela Famurs é de que seja encaminhado ao governo, como alternativa, que o Banrisul abra uma linha de crédito para financiamento com juros subsidiados até o fim do ano.
Durante a reunião, os presidentes das regionais também manifestaram o posicionamento das associações a respeito do calendário de retorno das aulas, elencando as principais preocupações dos municípios. Veranópolis, particularmente, já havia se posicionado contra a essa medida do governador há dias, afirmando possuir uma estratégia própria de retorno, que seria mais segura para a realidade da cidade.
Relembre a proposta
Na terça-feira do dia 11 de agosto, começaram os diálogos para um retorno escolar presencial efetivo. A sugestão inicial apresentada pelo Estado propõe o retorno gradual e escalonado das aulas a partir de 31 de agosto para as redes pública e privada. O primeiro nível a voltar seria o Ensino Infantil. O Ensino Superior retornaria em 14 de setembro, o Médio e Técnico, em 21 de setembro, os anos finais do Ensino Fundamental, em 28 de setembro e os anos iniciais, em 8 de outubro. O retorno às aulas presenciais ocorrerá, pela proposta do Estado, somente nas regiões que estiverem em bandeira amarela e laranja.
O secretário da Educação, Faisal Karam, deixou claro que, nessa proposta, os prefeitos darão a palavra final para o retorno nos municípios.
– não será uma imposição. Estamos sugerindo um calendário e, se o quadro do contágio por coronavírus não apresentar um achatamento da curva, tudo será revisto. A autonomia de levar os filhos para a escola é dos pais. Se preferirem não fazer isso, será necessário que o Estado e os municípios busquem alternativas para a continuidade da educação. Os prefeitos terão a autonomia para, dentro da realidade da sua cidade, decidir se há condições para o retorno presencial – explicou.