Nova gasolina brasileira chegará para os motoristas em agosto

Fruto da reivindicação dos postos e distribuidoras de combustíveis, a partir do dia 3 de agosto, motoristas do Brasil terão uma gasolina automotiva nos tanques. Nessa data, entrará em vigor a medida que determina novos padrões de qualidade para o combustível.

Publicada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a resolução que substitui as especificações de 2013. A nova gasolina tem novidades em três aspectos: valor mínimo da massa específica, parâmetros de destilação, e fixação de limites para a octanagem RON. As mudanças resultam em melhor dirigibilidade, combate à adulteração e benefícios ao meio ambiente.

“A grande mudança é o valor da massa específica da gasolina”, afirma o engenheiro e especialista em combustíveis, Gilberto Pose. As gasolinas comum e premium passam a ter densidade mínima de 715 kg/m3. Atualmente, esse índice pode oscilar em torno dos 700kg/m3, o que abre margem para a oferta de produtos com diferentes densidades no mercado. No caso da gasolina, quanto maior a densidade, mais potência e rendimento ela gera ao motor, resultando em mais energia e menos consumo para os veículos.
A segunda especificação diz respeito à temperatura de destilação no ponto 50% evaporado (T50), com benefícios diretos para a dirigibilidade, desempenho e aquecimento do motor. O ponto T50 é um dos índices utilizados no processo de destilação (separação de substâncias) da gasolina para verificar seu desempenho no motor. O T50 identifica a temperatura na qual 50% do combustível foi destilado e verifica o aquecimento do motor. Outros pontos são o T10, que observa a partida do motor a frio, e o T90, que verifica performance e aquecimento.

Pose explica que a mudança atende a reclamações antigas dos donos de postos de gasolina, que agora terão maior segurança na hora da fiscalização. “A definição da massa específica é um divisor de águas para o Brasil inibir a adulteração do combustível com solventes de baixa densidade. Quando se joga solvente numa gasolina de 720kg/m3, a densidade desse combustível pode cair para 680kg/m3. O adulterador não terá mais essa facilidade”, explica Pose.

A densidade pode ser checada em toda a cadeia de distribuição. Desde a produção na refinaria, passando pela distribuição e revenda no posto. “Também é verificada em ações de fiscalização e para demonstração ao cliente final, quando por ele solicitado”, descreve o engenheiro. Para leitura nos postos, são utilizados densímetros com faixa de medição de 0,700 a 0,750, ou de 0,750 a 0,800. O aparelho é mergulhado em uma proveta com amostra do combustível.

De acordo com o especialista, os clientes que abastecem em postos com boa reputação já adquirem combustível de qualidade. Aqueles que escolhem encher o tanque apenas com base no preço baixo estão mais suscetíveis a consumir produtos de origem duvidosa, colocando o veículo em risco.

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