Mais quatro pessoas vão testar terapia que ‘livrou’ paciente terminal do câncer
“Minha expectativa é que até o primeiro semestre de 2020 vamos ter realizado pelo menos mais 4 tratamentos compassivos”, disse Eduardo Rego ao G1.
Este passo será realizado apenas em formato compassivo, com pacientes que não tenham mais nenhuma opção de tratamento.
Após estes pacientes, o grupo pretende abrir um protocolo de pesquisa clínica que atenderá mais pacientes em um prazo de dois anos.
Depois deste período é que apresentarão os resultados do estudo para a Anvisa, que irá decidir se o tratamento poderá ou não ser liberado no país em escala.
No SUS
O primeiro paciente a estar “virtualmente” curado de um linfoma a partir desta técnica ainda segue em tratamento, com medicações e sessões de fisioterapia para reabilitação após 40 dias em que ficou internado.
O mineiro Vamberto teve alta, está em casa e receberá o diagnóstico final de cura após cinco anos de acompanhamento da equipe médica.
A expectativa é que, junto com o acompanhamento de Vamberto, os resultados que virão a ser obtidos com os próximos quatro pacientes também sirvam para guiar os os rumos do projeto.
“Tem que garantir que ele é eficaz e seguro, a partir daí podemos pleitear que essa estratégia seja incorporada ao SUS, mas aí vai entrar uma discussão de orçamento, que a gente não controla.”, lembrou.
Se as etapas de estudos e pesquisas continuarem a se manter promissoras, o coordenador do CTC Dimas Tadeu Covas, avalia que o tratamento pode ser adotado em larga escala com adaptações nos laboratórios de produção.
Para isso é preciso investir nessa pesquisa.
“Os investimentos necessários para ampliação da capacidade produtiva são de pequena monta, da ordem de R$ 10 milhões”, afirma Covas.
O tratamento
O tratamento inovador, que levou à remissão da doença do mineiro Vamberto Luiz de Castro, chama-se CART-Cell. Criado nos EUA, ele foi adaptado por cientistas brasileiros por um custo muito mais baixo.
O CART-Cell faz com que células de defesa do corpo (linfócitos T) virem receptores capazes de reconhecer o tumor e atacá-lo. O ataque é contínuo e específico e, na maioria das vezes, basta uma única dose.
“Desenvolvemos uma tecnologia 100% brasileira, de um tratamento que nos EUA custa mais de R$ 1 milhão. Esperamos que ela possa ser, no futuro, acessível a todos os pacientes do SUS”, disse Renato Luiz Cunha, outro dos responsáveis pelo estudo.
O tratamento ainda não está liberado na rede pública ou privada de saúde, por isso, Cunha explicou que, para que o estudo pudesse ter atendido a um paciente no hospital universitário, seu encaminhamento foi aprovado por uma comissão de ética.
A doença
O linfoma é um câncer que afeta as células do sistema linfático, que é uma parte importante do sistema imunológico, ou seja, o sistema de defesa do nosso organismo que ajuda a combater infecções. No linfoma, essas células passam a se proliferar de forma descontrolada.
Com informações do G1.