Médico acusado de abuso sexual admite ter filmado vítimas por 30 anos no Ceará

O médico e prefeito afastado de Uruburetama, José Hilson de Paiva, foi preso preventivamente na última sexta-feira (19), após ser acusado de abusar de suas pacientes durante consultas ginecológicas por mais de 30 anos.

Após sua prisão, durante interrogatório, o médico admitiu à polícia ter feito as gravações nas quais aparece tendo relações com suas pacientes, gravadas sem o consentimento das mesmas, mas alegou ter parado há dois anos e que a maior parte das relações teriam acontecido com o consentimento das vítimas.

A prisão preventiva de Hilson foi determinada pelo juiz José Cléber Moura do Nascimento, que considerou a prisão necessária para evitar a influência do prefeito no processo de investigação e para preservar as provas.

A Associação Cearense de Ginecologia informou, na última terça-feira (16), que o médico que atuou por 30 anos na área ginecológica, não tem especialização na área.

Denúncias desde 1986

As primeiras denúncias de abuso contra o prefeito aconteceram em 1986. A maioria das vítimas da época alegaram ter sido ameaçadas e amedrontadas devido à influência de Hilson na cidade. As últimas queixas aconteceram em 2018, quando quatro mulheres denunciaram o médico, que acabou sendo absolvido e denunciou as mulheres por calúnia e difamação. Três delas tiveram de pedir desculpas por medo de serem processadas, mas uma quarta seguiu em frente com o processo.

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