São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais formavam a tríade de Estados líderes em número de startups desde 2015, de acordo com levantamento anual da Associação Brasileira de Startups (Abstartups). Mas a hegemonia acabou com a divulgação, em abril deste ano, do último relatório da entidade, que apontou o Rio Grande do Sul no segundo lugar do ranking, com 951 startups, ficando atrás apenas de São Paulo (3.671) desde dezembro de 2018, as informações são do Jornal O Estadão.
O dado apresenta uma mudança importante do ecossistema no País e é fruto de um conjunto de ações que envolve iniciativa pública, instituições de ensino e de fomento ao empreendedorismo atuantes e grandes empresas que voltaram seu olhar para os pequenos em busca de inovação.
Grandes aceleradoras, como Ventuir, Wow e Grow +, além de parques tecnológicos em universidades, como o TecnoPuc (parque científico da PUCRS) e o Tecnosinos (parque tecnológico da Unisinos), ambos em Porto Alegre, também são fatores importantes para o avanço do Estado.
Outro ponto que mostra que ecossistema do Rio Grande do Sul cresce de maneira sólida é a divisão equilibrada entre os segmentos de mercado escolhidos pelas empresas. Os dados da Abstartups mostram que 5,8% atuam no varejo/atacado; 5% em educação; 4,7% em saúde e bem-estar; 3,9% em finanças; 3,3% em desenvolvimento de softwares; 3,4% em serviços profissionais; 3% em gestão; 3% em mobilidade urbana; 3% em agronegócio; 2,6% em comunicação; 2,6% em eventos e turismo e 2,6% em marketing.
Negócio na prática
Após empreender no Estado de Santa Catarina, Eduardo Prange voltou para Porto Alegre no final de 2016 para encontrar os futuros sócios e criar a Zeeng, plataforma de big data analytics voltada para o setor de marketing. Fundada em 2017, a startup já conta com 3.500 clientes, entre eles grandes marcas como Locaweb e Mercedes Benz.
“O Rio Grande do Sul sempre revelou muitas empresas de tecnologia, mas ficou para trás quando passou apenas a exportar seus profissionais para outros Estados. Foi assim que o empreendedorismo deixou de ser o protagonista”, acredita Prange. O empreendedor concorda que o conjunto de ações de vários atores do ecossistema é fundamental para a criação e a instalação de novas empresas na região e destaca a iniciativa PoA Inquieta, que, entre suas atividades, promove o fomento ao empreendedorismo para negócios da economia criativa.