Súmula aponta caso de racismo em campeonato de futebol de Muçum

Lamentavelmente, o racismo tem se mostrado ainda presente no mundo do futebol. Dessa vez, um novo caso ocorreu em Muçum, no último domingo (31), em partida válida pela 2ª rodada do Municipal de Futebol, no Campo do Operário. Conforme a empresa responsável pela arbitragem, Arbitragem em Foco News, as ofensas de cunho discriminatório ocorreram após o juiz expulsar um dos jogadores que participavam da partida entre Muçum F.C. e Moranga Mecânica.

Revoltado com a decisão, o acusado teria proferido uma série de xingamentos ao trio de arbitragem. Alguns destes, fazendo uso das expressões “macaco” e “nego ordinário”, direcionados ao árbitro assistente, Paulo Pazzine. Na ocasião, a Brigada Militar foi acionada, no entanto, não se fez presente por falta de efetivo na cidade.

O fato foi registrado em súmula da partida e, em reunião realizada pela comissão de arbitragem, na noite de ontem, com base no artigo 243 – F da Confederação Brasileira de Justiça Desportiva (CBJD), decidiu-se por punir o jogador com R$ 2.910, seis jogos e noventa dias. Além disso, segundo a Arbitragem em Foco News, será feito registro de ocorrência durante o dia de hoje.

O Código Penal, em seu artigo 140, descreve o delito de injúria, que consiste na conduta de ofender a dignidade de alguém, e prevê como pena, a reclusão de 1 a 6 meses ou multa. No caso de injúria racial, conforme o parágrafo 3º do mesmo código, para sua caracterização é necessário que haja ofensa à dignidade de alguém, com base em elementos referentes à sua raça, cor, etnia, religião, idade ou deficiência. Nesta circunstância, a pena varia de um a três anos de reclusão.

O certame muçunense é organizado pela Administração Municipal, através da Secretaria de Ação Social, Cultura, Turismo e Desporto e o Conselho Municipal de Desporto (CMD). O presidente do CMD, Remor Bagnara, relata tristeza por saber que o preconceito se fez presente em uma promoção que tem como foco a integração. “Prezamos pela união da comunidade em torno da realização. Quando vemos este tipo de atitude, nos sentimos perturbados. É uma situação em que a empresa de arbitragem terá todo respaldo para punir de forma adequada, principalmente para evitarmos que caso semelhante torne a acontecer”, declara.

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O prefeito de Muçum, Lourival de Seixas, concorda com as palavras do presidente da entidade. Ele ressalta que o Município oferece o aporte financeiro necessário para ocorrência do certame, sabendo que o mesmo tem grande importância para comunidade da Princesa das Pontes e é objeto de fomento da inclusão social. “Casos de preconceito não devem ser tolerados em qualquer lugar que acontecer. Mas, de fato, em eventos que envolvem toda a comunidade é amplamente chocante nos depararmos com tal. Peço desculpas a toda equipe de arbitragem, principalmente ao Pazzine”, diz.

Com informações da Prefeitura de Muçum.

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