Com 23% das lavouras colhidas, o milho repete mais um ano de boa produtividade, incluindo as lavouras de sequeiro e irrigadas. A maior parte da cultura está nas fases de enchimento de grãos (32%) e maduras e por colher (18%). De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (31/01), o grão apresenta boa qualidade. “À medida que os grãos atingem a umidade adequada, apresentam bons rendimentos”, destaca o diretor técnico da Emater/RS, Lino Moura, ao citar a produtividade média de 14.800 kg/ha apresentada pela lavoura de milho irrigada com pivô central na Fazenda AJ Moreno, em Santo Ângelo, que sediou, na sexta-feira da semana passada (25/01), a Abertura Oficial da Colheita do Milho no RS, que teve a presença do governador Eduardo Leite e do secretário Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho.
A semeadura de milho do segundo plantio (safrinha) teve seu ritmo acelerado, tendo em vista a melhoria das condições do tempo e a possibilidade de realização simultânea das práticas de colheita e semeadura, podendo ser finalizadas nas próximas semanas. As primeiras áreas implantadas desse segundo cultivo já estão recebendo adubação nitrogenada em cobertura e aplicação de inseticidas para controle de pragas.
Beneficiada pelo clima favorável dos últimos dias, a cultura da soja obteve excelente desenvolvimento. Com o predomínio de sol e a adequada umidade do solo, as plantas se desenvolveram bem, apresentando boa coloração. É satisfatório o número de vagens nos estádios iniciais de desenvolvimento. Atualmente, 38% das lavouras de soja estão em enchimento de grãos, 42% em floração e 20% em desenvolvimento vegetativo.
Os produtores de soja aproveitaram o clima favorável para realizar as aplicações de fungicidas, dentre outros manejos, para controle preventivo da ferrugem asiática que tem prognóstico de alta pressão de infestação nesta safra. Na região Noroeste do Estado, a condição de sanidade da cultura é satisfatória, com pouca ocorrência de ferrugem, embora observada a ocorrência de outras doenças na parte baixeira da planta, como crestamento bacteriano e septoriose, doenças características das condições ocorridas de alta umidade e temperatura.
O feijão 1ª safra está em colheita, com 60% já colhido, e produtividades de referência inicial de 1.456 quilos por hectare. Outros 10% das lavouras estão maduras e por colher, 9% em enchimento de grãos, 13% em floração e 8% em desenvolvimento vegetativo. Com o grande volume de chuvas nas duas últimas semanas, a cultura foi prejudicada em áreas pontuais, principalmente quanto à qualidade dos grãos na colheita. No geral, as condições foram favoráveis, mantendo bom stand de lavoura em quase todo Estado. A maturação atual vem conferindo um produto final de excelente qualidade.
Nesta semana, houve evolução da semeadura da segunda safra de feijão no Estado. As lavouras se encontram com boa germinação e emergência por conta das condições climáticas favoráveis (boa umidade do solo e calor). A cultura vem sendo beneficiada pelas chuvas deste janeiro. As lavouras estão com boa população de plantas e desenvolvimento vegetativo muito bom, sem presença de pragas e doenças.
A lavoura orizícola no Estado encontra-se nas fases majoritárias de desenvolvimento vegetativo, seguida de floração, com 76%, e em desenvolvimento vegetativo com 41%. As fases de maturação já chegam aos 24%. No geral, as lavouras sofreram com a falta de luminosidade durante as chuvas; porém com a volta da normalidade climática, seguem as atividades de manejo, irrigação, aplicação de fertilizantes, defensivos e as de reconstrução de taipas, bueiros e estradas nas áreas atingidas.
As regiões que mais tiveram problemas com as condições meteorológicas nas últimas semanas foram a Central, Campanha e Fronteira Oeste. Nessa última, alguns produtores de arroz estão acionando os seguros para realização de laudos de prejuízos a fim de cobertura de seguro ou Proagro, sendo que a previsão é de perdas de 100% nas áreas que ficaram mais de sete dias alagadas. Em Manoel Viana, foram alagados 1.630 hectares. O prejuízo estimado poderá passar de oito milhões de reais, mas só poderá ser confirmado a partir das avaliações a serem feitas após as águas baixarem.
Há expectativa de queda de produção em lavouras atingidas pelos grandes volumes de chuvas e pelo baixo índice de insolação ocorridos em parte do RS. Essa diminuição de expectativa em relação ao rendimento de lavoura ocorre em muitas áreas das principais regiões produtoras. Acrescentam-se ainda as perdas localizadas em áreas por inundação e acamamento das plantas; tal circunstância, aliada aos baixos estoques do início da colheita, poderá ocasionar tendência de alta no preço do produto, o que poderá compensar, em parte, a queda de produtividade nessas áreas atingidas e os altos custos de produção desta safra.
OLERÍCOLAS
Aipim – No Vale do Caí, foi iniciada a colheita das primeiras caixas e o preço, típico do chamado “aipim novo”, agrada as famílias produtoras neste início de safra. O clima favorece a cultura que se desenvolve melhor do que em anos anteriores. Já no Vale do Taquari, o aipim está com bom desenvolvimento e a expectativa é de boa produtividade (15 t/ha). A maior parte da produção é comercializada na Ceasa.
Tomate – Na região Serrana, na área das olerícolas, o tomateiro foi a espécie mais beneficiada pela guinada do clima, com bastante insolação, ausência de chuvas e de umidade do ar e solo, principalmente nas lavouras implantadas a campo. Tal panorama é ideal para a melhoria da sanidade das plantas e para a qualidade dos tomates.
Batata-doce – A colheita já iniciou no Vale do Caí. Propriedades que utilizam o sistema de mulching e que adicionalmente cobrem a área com estufim no inverno conseguem iniciar a colheita antes, alcançando melhores referências de preço por caixa. No geral vem-se utilizando as cultivares Cuia, Amélia e Rubissol. O tempo é favorável para a cultura, que está com bom desenvolvimento sanitário. Problemas com sarna na batata-doce ocorrem principalmente em propriedades que utilizam mudas oriundas de outros produtores.
Milho verde – Colheita em andamento no Vale do Taquari, com bom rendimento (13 t/ha). O cultivo é realizado em parcelas, para que a colheita aconteça semanalmente, conforme comercialização. O clima não atrapalhou a cultura.
PASTAGENS – Durante a semana, o conjunto de eventos climáticos ocorridos no RS permitiu a manutenção de bons níveis de umidade, luminosidade e temperatura, favorecendo o desenvolvimento das pastagens nativas e cultivadas. Dessa forma, os animais desfrutam de boas condições alimentares e nutricionais, resultantes da generosa oferta de massa verde, em quantidade e qualidade.
PESCA ARTESANAL – Na região de Santa Rosa, os pescadores artesanais realizam os preparativos para o reinício das atividades, enquanto aguardam o encerramento do período de defeso, nesta quinta-feira (31/01). Entre os preparativos, estão a revisão, manutenção e aquisição de materiais e equipamentos de pesca.
Na região de Pelotas, os pescadores relatam uma boa safra de camarão na Lagoa do Peixe, destacando abundância e bom tamanho do produto. Na Lagoa dos Patos, houve uma diminuição das expectativas quanto à safra de camarão, devido à ocorrência de chuvas abundantes em dezembro e janeiro últimos. Com as precipitações ocorridas, a lagoa, no geral, voltou a ficar mais doce. Foi uma semana de pouca captura. Com o encerramento do período de defeso em janeiro, os pescadores estão se preparando para a retomada completa de suas atividades no início de fevereiro.
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar
Jornalista Adriane Bertoglio Rodrigues