Com a predominância de dias ensolarados, a retirada do trigo da lavoura se deu de forma rápida, evoluindo para o final da colheita e atualmente atinge 97% das lavouras colhidas. De acordo com o Informativo Conjuntural elaborado pela Emater/RS-Ascar, apenas nos Campos de Cima da Serra, última região onde o trigo é semeado e colhido, as lavouras se encontram na fase de enchimento de grãos e maturação. A colheita deverá ser iniciada nos próximos dias, mas já apresenta indícios de queda no rendimento e na qualidade do grão, tal como ocorrido nas outras regiões do Estado.
No geral, a produtividade do trigo continua variando muito, ficando em média aquém do estimado, variando entre 2,2 t/ha a 3,3 t/ha e com qualidade abaixo da esperada, com pH médio em torno de 75. Segundo os técnicos, a queda na produtividade ocorreu em razão de fatores tecnológicos, já que algumas cultivares apresentaram rendimentos muito inferiores ao esperado, e fatores climáticos, com a ocorrência de geadas tardias e altos volumes de chuvas na maturação. Assim, grande número de produtores está solicitando vistorias para recorrer ao Proagro.
As lavouras de canola estão com a colheita finalizada na região Norte do Estado. A produtividade média poderá ter pequena redução sobre a estimada, embora algumas lavouras apresentem rendimento acima do esperado. De maneira geral, os produtores acreditam que a lavoura de canola deverá ainda possibilitar um pequeno lucro final.
A colheita da cevada está praticamente concluída. A produtividade final está abaixo da esperada inicialmente, com muitas espigas atacadas por doenças e grão de baixa qualidade, não atendendo a padrões exigidos pela indústria, de germinação mínima de 95%, e, provavelmente deverá ser destinada à ração animal.
Está concluída a colheita da aveia branca, cultura está bastante afetada pelas adversidades climáticas ocorridas durante o desenvolvimento e evolução das lavouras. A produtividade reduziu em relação à expectativa inicial, devido ao acamamento em diversas áreas que se destinavam para grãos.
A cultura do girassol inicia a maturação dos grãos, observada pela senescência das pétalas dos capítulos e o posicionamento dos mesmos, dando conta da finalização do ciclo da cultura. No geral, o aspecto das lavouras está muito bom nas regiões de produção das Missões e Fronteira Noroeste. A colheita do girassol segue até o início da segunda semana de dezembro, com expectativa de produtividade em torno de 1.600 kg/ha.
LAVOURAS DE VERÃO
É boa a evolução de implantação de milho no Estado, atingindo 86% da área projetada para esta safra. Atualmente, 60% das lavouras implantadas estão em desenvolvimento vegetativo e 15% em início de estádio reprodutivo, com grande parte dessa área já implantada iniciando a emissão do pendão. O período é de alta necessidade de suprimento hídrico para a cultura.
O padrão das lavouras de milho é muito bom, favorecido pelas boas condições climáticas atuais. Pragas e doenças estão sob controle. Chama a atenção a alta densidade populacional de plantas por hectare, em torno de 75 mil, oferecendo oportunidade de alto rendimento, porém, com risco de deficiência hídrica e de ter a produtividade altamente afetada.
Na soja, a semeadura no Estado seguiu seu ritmo normal, favorecida pelas condições meteorológicas e atingindo 68% dos 5,9 milhões de hectares destinados à oleaginosa no RS. A semeadura localiza-se também nas áreas de restevas das culturas de inverno de trigo, cevada, canola e aveia branca. Há predominância do plantio de cultivares de ciclo de maturação superprecoces, visando reduzir os tratamentos fúngicos.
Restam poucas áreas da primeira safra de feijão a serem implantadas no Estado. As lavouras em geral apresentam bom estado fitossanitário e lentamente se inicia a colheita. Nas lavouras de plantio mais do tarde são realizadas a adubação nitrogenada em cobertura, o controle de plantas invasoras e também tratamentos fúngicos preventivos.
No Noroeste, o feijão está em fase final de enchimento de grãos, com bom aspecto e boas perspectivas de produtividade. As primeiras áreas semeadas já estão sendo colhidas, e com bom rendimento, em torno de 1.800 quilos por hectare. A maioria da produção destina-se ao consumo das próprias famílias produtoras.
No arroz, os produtores intensificaram as semeaduras em todas as regiões de produção e praticamente finalizaram o plantio na quase totalidade dos municípios, à exceção das áreas da região Central, onde resta semear cerca de 30% da área planejada. Esse atraso em alguns municípios ocorre em razão de períodos com excesso de chuva, além do fato de muitos produtores não anteciparem o preparo de solo.
OLERÍCOLAS
Em decorrência dos diversos dias consecutivos de tempo firme, a colheita do alho na região da Serra iniciou e ganhou ritmo. Apesar das condições climáticas adversas durante o desenvolvimento da planta e dos danos do temporal no final do mês passado, os bulbos mostram-se de boa qualidade, com calibre um pouco abaixo do esperado, porém, bem completos, firmes. As áreas implantadas com sementes livres de viroses estão apresentando bom desempenho, com produtividades superando em 15% a 20% em comparação com as demais.
No Vale do Taquari, o milho verde encontra-se no estágio de desenvolvimento vegetativo, floração e início de colheita em algumas áreas. O rendimento é satisfatório, mantendo-se na média dos últimos anos, de 12 a 13 toneladas por hectare.
CRIAÇÕES
Na região da bacia leiteira do RS, rebrotam as pastagens perenes de verão, possibilitando pastejo imediato. É recomendado realizar adubação. Ao mesmo tempo que intensifica-se a implantação das forrageiras de verão, as pastagens de trevos e cornichão ainda apresentam boa produção, melhorando a oferta de forragem para os rebanhos.
Na bovinocultura de corte, o rebanho está com boa condição nutricional. O campo nativo está em pleno rebrote e favorece a disponibilidade de alimento aos animais. A condição do rebanho é considerada boa, já que as condições climáticas têm permitido o bom desenvolvimento dos campos nativos, que suportam assim uma maior quantidade de animais com boa oferta de forragens de boa qualidade.
O período é de final de parição do rebanho de corte, que requer cuidados especiais com as matrizes e os terneiros recém-nascidos. Também tem início no Estado a estação de reprodução. Assim, as principais tarefas de manejo durante a primavera consistem no controle estratégico de endo e ectoparasitas, e o preparo dos touros, realizando exames andrológicos para aferir a fertilidade, ou aquisições de novos, para realização do entoure, que deve durar até meados de fevereiro.
Nesta primavera, o clima ameno e seco favorece o estado nutricional e sanitário do rebanho ovino, que vinha sofrendo com as fortes chuvas e as baixas temperaturas, nos meses de inverno. Com o término da parição, agora são realizadas atividades de assinalação, castração, descola, monitoramento e tratamento de verminoses, vacinação contra clostridioses, desmame e suplementação de cordeiros, prevendo abate no período do Natal e Ano Novo.
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar
Jornalista Adriane Bertoglio Rodrigues