A Procuradoria da República do Ministério Público Federal (MPF) em Uruguaiana, na Fronteira Oeste, denunciou três médicos e a secretária de um deles por associação criminosa, corrupção passiva e estelionato. Eles são acusados de cobrar dinheiro de pacientes para realizar cesarianas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Itaqui. Dos médicos, dois são obtetras e um, anestesista. A informação foi divulgada nesta setxa-feira (5) pela assessoria de comunicação do MPF.
De acordo com procurador da república em Uruguaiana, Márcio Rogério Garcia, os dois obstetras e o anestesista recebiam duas vezes, pelo SUS e mais o valor cobrado da paciente. Segundo o procurador, como o SUS realiza apenas cesárias em caráter de urgência, os profissionais enganavam o sistema para poder realizar o procedimento.
São 21 casos confirmados, em alguns deles, as mulheres foram vítimas de mais de um crime. Algumas chegaram a ter a gravidez retardada por causa das negociações de valores com o médico, o que causou sequelas irreversíveis nos bebês. Calcula-se que os médicos chegaram a receber no esquema, indevidamente, quase R$ 1 milhão entre 1990 e 2016.
“Ao longo de 20 anos é incalculável o prejuízo de quantas pessoas foram cobradas indevidamente pelo SUS”, afirma Márcio. O procurador imagina que mais mulheres tenham sido vítimas, mas não denunciaram à polícia.
Os suspeitos respondem em liberdade.